Concebido e implantado pelo queridíssimo e saudoso Paulo Gaudenzi, o Salvador Destination, organização de direito privado para atração de eventos, vem se afastando da concepção inicial de seus fundadores, mesmo antes da pandemia, no que se refere à transparência de sua gestão, participação efetiva de seus afiliados nas decisões e clareza na gestão de recursos, resultando no descumprimento de sua função social.
Como consequência, assistimos a progressiva desfiliação dos hotéis, outrora parceiros efetivos nas ações realizadas e responsáveis por 80% da manutenção da entidade. O esvaziamento foi seguido por outras empresas do segmento turístico, descontentes com a gestão pouco transparente. As contas do exercício de 2020 foram aprovadas com ressalvas pela Assembleia em decorrência de muitas irregularidades apontadas na Auditoria contratada pelo Conselho Fiscal.
Em resposta aos questionamentos e tentativas de acordo visando o reerguimento da entidade, novas procrastinações e medidas arbitrárias continuaram ocorrendo, inclusive com a recente mudança no Estatuto, impedindo a volta de seus fundadores e ex-associados, a menos que aceitem ficar 6 meses sem direito a voto e 2 anos sem poder ser votado; alteração de critérios para alienação de bens patrimoniais – confirmando um modus operandi arbitrário e inaceitável.
Isolados dos empresários que trabalham para a volta do turismo na cidade, a Diretoria do Salvador Destination não tem mais capacidade econômica para a continuidade operacional da entidade, uma vez que, dentre os poucos afiliados, raros permanecem adimplentes. Os muitos esforços e investimentos realizados no passado através dos hotéis e pela Prefeitura Municipal de Salvador vem se perdendo. Deliberações são tomadas pelo restrito grupo como se a entidade fosse sua propriedade particular. As dívidas se acumulam e não param de crescer.
Embora a cidade já disponha de um novíssimo Centro de Convenções, vimos assistindo ao redirecionamento de eventos para outras capitais, fruto da inércia da atual Diretoria incapaz de desenvolver as ações necessárias para sua captação. Tendo em vista a necessidade de focarmos energias e recursos não mais para responder a manobras e esclarecer inverdades, mas sim para a captação de eventos, convidamos os setores interessados para uma ampla discussão visando a retomada de iniciativas que possam de forma democrática, assertiva e transparente, reiniciar os trabalhos de atração do turismo de eventos. Salvador não pode mais esperar!
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