As exportações baianas alcançaram US$ 946,3 milhões em setembro, com crescimento de 49,6% ante o registrado em igual mês de 2020. Este foi o maior valor do ano e melhor setembro desde 2014. O resultado foi impulsionado pela retomada da atividade econômica no mundo, com avanço da vacinação contra o coronavírus e o arrefecimento da pandemia. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).
Houve crescimento dos volumes exportados (quantum) tanto em setembro (32%) como em relação ao segundo trimestre (6,8%). No acumulado do ano, entretanto, já há uma redução das quantidades embarcadas de 1,2%, reflexo do crescente aumento de riscos que ameaçam desacelerar a recuperação global. Os preços também já acusam uma desaceleração de 1,3% na comparação com o segundo trimestre, embora no comparativo com o mesmo mês do ano anterior, o incremento das vendas externas, permaneça muito influenciado pela valorização dos produtos, que em média, acusam incremento de 47%.
No ano, as exportações baianas atingiram US$ 7,23 bilhões, com crescimento de 29,3% quando comparadas a igual período do ano anterior. Além da continuidade de crescimento das vendas para a China (38%), as exportações tiveram impulso de regiões que haviam reduzido as compras de produtos baianos durante a fase aguda da crise sanitária em 2020 e que voltaram a comprar mais, como Estados Unidos com aumento de 36% e da União Europeia (57%).
Por setor de atividade, a indústria de transformação apresentou em setembro crescimento de 45%, puxada pela petroquímica que teve incremento nas vendas de 176,4%, seguido pelo setor metalúrgico com alta de 112,8%, todos em relação ao mesmo mês de 2020.
As exportações na agropecuária cresceram 60,5% lideradas pela soja em grão com incremento de 74,5% e do algodão com aumento de 31,2%. A agroindústria por sua vez, teve aumento de 63,6% na mesma base de comparação.
Importações
As importações somaram US$ 502,2 milhões em setembro, com aumento de 3,1% em relação ao mesmo mês do ano passado. As compras externas desaceleraram no terceiro trimestre em relação ao segundo (queda de 29,2%), resultado, das elevadas incertezas fiscais e políticas, do agravamento da crise hídrica e de uma inflação persistente e disseminada, que requer juros cada vez mais altos. Nas últimas semanas, o quadro internacional adverso se somou a um ambiente interno difícil, reduzindo as expectativas de crescimento para a economia brasileira em 2022.
Esse cenário já provoca reflexos no comércio exterior, por causa da desaceleração global, da piora dos termos de troca (a relação entre os preços de exportação e de importação) e do aperto das condições financeiras. A tendência é que haja impactos relevantes sobre a taxa de câmbio, que ronda os R$ 5,50 e já representa uma correção parcial dos preços ao panorama externo mais difícil, num ambiente de maior dificuldade para o crescimento das importações.
No mês passado, as compras externas foram puxadas por bens intermediários – aumento de 48,3%, sobretudo, pelas compras de fertilizantes, minério de cobre, óleos de palmiste, grafita e borracha. No cômputo geral, houve queda de 39,7% no volume desembarcado e alta de 3,1% nos valores, o que revela aumento sensível do nível dos preços (71,1%) no mês, em comparação aos preços praticados em igual mês de 2020.
No acumulado do ano, as importações baianas atingiram US$ 5,34 bilhões, superior em 49,5% igual período do ano anterior. Por conta do bom desempenho, sobretudo no segundo trimestre, o volume desembarcado está 43,5% acima de 2020, ano marcado pelo menor volume de compras do estado desde 2009.
Com o resultado de setembro, a balança comercial da Bahia acumula um superávit de US$ 1,89 bilhão, queda de 6,5% em relação ao registrado em igual período do ano passado. A corrente de comércio atingiu US$ 12,57 bilhões com crescimento de 37,2%.
Foto: Alberto Coutinho/ GovBa