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BAIANOS CRITICAM DEMORA PARA FAZER PROVA PRÁTICA DO DETRAN

Redação - 08/10/2021 07:34

A assistente comercial Sonia dos Santos Barros, 32 anos, terminou as aulas práticas na autoescola em 25 de agosto. Por lei, já poderia ter feito a prova prática do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia e ter a carteira de motorista em mãos, caso fosse aprovada. No entanto, sua avaliação só foi marcada para 16 de dezembro. São quase quatro meses em que ela só pode dirigir se pagar R$ 120 para fazer aulas extras na autoescola. A situação é ainda pior porque o laudo de Sonia vence também em dezembro. Assim como ela, outros baianos reclamam de uma demora de até 120 dias para que a prova prática seja agendada no Detran-BA.

O prazo extenso para o recebimento da Carteira Nacional de Habilitação prejudicou Sonia, que perdeu uma oportunidade de emprego que exigia a CNH. Muitas empresas fazem essa exigência como um dos critérios eliminatórios ao selecionar candidatos. Outro prejuízo é sentido pelas pessoas que pretendem tirar a habilitação para trabalhar em aplicativos de transporte. Diante da crise econômica gerada pela pandemia e do alto índice de desempregados, dirigir para apps se transformou na única fonte de renda de muita gente.

“É um absurdo essa demora. É para a gente ser reprovado? Como não tenho como pagar aula extra, quando for fazer a prova, corro o risco de ter esquecido algo e perder todo o esforço que tive”, lamenta Sonia. “Eles [a empresa] até seguraram a vaga, mas quando disse que só ia fazer a prova em dezembro, tiveram que contratar outra pessoa. E olha que era uma oportunidade muito boa para o meu desenvolvimento profissional”, lembra a assistente comercial, que chegou a registrar duas reclamações na ouvidoria do Detran-BA. “Infelizmente, no Detran é tudo muito demorado e desorganizado. Isso precisa mudar”.

A auxiliar de operações Eny Barros, 27, aguardou também por quatro meses para realizar a sua prova prática, que será agora em outubro. “Eu terminei as aulas em junho e só tinha vaga para outubro. Fiquei todo esse período sem pegar no carro e, não tem outro jeito, terei que pagar pelo menos uma aula extra para tentar reforçar e recapitular algumas coisas”, conta.

Contando com o gasto inesperado, os custos para Eny ter a CNH já ultrapassam R$ 2,5 mil. Tanto ela quanto Sonia moram e estão tirando a habilitação em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). “Aqui está uma demora absurda para tudo do Detran. Eu fico revoltada, pois é muito tempo de espera. Eles alegam que é por causa da pandemia”, diz Eny.

Foto: divulgação

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