O avanço da vacinação e o consequente aumento da circulação de consumidores deverão fazer com que o Natal de 2021 registre a maior oferta de vagas temporárias para o período nos últimos oito anos. De acordo com projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a estimativa é que haja a contratação de 94,2 mil trabalhadores para atender ao aumento sazonal das vendas neste fim de ano. A entidade prevê ainda aumento de 3,8% nas vendas natalinas, em comparação com o ano passado.
Em 2020, a principal data comemorativa do comércio coincidiu com a segunda onda da pandemia do novo coronavírus, o que fez com que a contratação de temporários para o Natal fosse a menor em cinco anos (68,3 mil). O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca que a mudança de cenário em 2021 renova a esperança dos varejistas. “Os estabelecimentos comerciais estão voltando a receber um fluxo maior de consumidores e, consequentemente, têm registrado avanços sucessivos nas vendas desde abril deste ano”, afirma Tadros.
Regionalmente, São Paulo (25,55 mil), Minas Gerais (10,67 mil), Rio de Janeiro (7,63 mil) e Paraná (7,19 mil) concentrarão mais da metade (54%) da oferta de vagas. Os maiores volumes de contratações deverão acontecer nos ramos de vestuário (57,91 mil vagas) e de hiper e supermercados (18,99 mil). Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo, lembra que as lojas de vestuário, acessórios e calçados são, historicamente, as que respondem pela maior parte dos empregos temporários neste período do ano. “Enquanto o faturamento do varejo cresce em média 34% na passagem de novembro para dezembro, no segmento de vestuário o faturamento costuma subir 90%”, ressalta Bentes.
Salário médio cresce
Segundo os cálculos da CNC, o salário médio de admissão para as vagas temporárias no Natal deverá ser de R$ 1.608, valor 5,1% maior em relação a igual período do ano passado. Assim como em 2020, os maiores salários deverão ser pagos pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação (R$ 1.866) e pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.647) – contudo, esses segmentos deverão responder por apenas 0,8% das vagas totais.
Em relação às profissões, a Confederação estima que oito em cada dez vagas criadas devem ser preenchidas por vendedores (60,7 mil) e operadores de caixa (15,2 mil). Farmacêutico (R$ 3.373) e gerente administrativo (R$ 3.054) devem receber os maiores salários médios. A taxa de efetivação dos temporários após o Natal deverá ser maior do que nos últimos cinco anos, com a expectativa de absorção definitiva de 12,2% desses trabalhadores. “As incertezas quanto à rapidez no combate aos fatores que têm dificultado uma evolução ainda mais favorável das condições de consumo e os desdobramentos decorrentes da crise hídrica tendem a impedir uma taxa de efetivação próxima àquelas observadas antes de 2016”, explica Bentes.
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