O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) segue apontando movimentações financeiras suspeitas ligadas ao líder do governo Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). Em março, o parlamentar recebeu um depósito de R$ 125 mil feito por um agricultor do Paraná. As informações são do O Globo.
O agricultor é João Beraldo, morador de Maringá, reduto eleitoral de Barros, que já foi prefeito da cidade paranaense. Apesar de se considerar “pobre”, ele admite o repasse para o deputado, afirmando ter sido procurado por um interlocutor de Barros que alegou que o político estaria passando por um ‘aperto’.
Já Ricardo Barros apresenta uma versão diferente, afirmando que ligou diretamente para Beraldo. O parlamentar declarou um patrimônio de R$ 5,5 milhões.
Na última terça-feira, 31, veio à tona o relatório do Coaf enviado para Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, em que Barros é investigado por supostamente estar envolvido em um esquema de favorecimento a empresas aliadas para intermediação de aquisição de vacinas mediante lucro pessoal.
De acordo com o relatório, Barros movimentou recursos com familiares ou “estreitos colaboradores” sem que fossem justificados por eventos econômicos. O Coaf apontou que o deputado movimentou R$ 169.849,97 acima da capacidade declarada.
Somente no mês de março de 2021, as transferências dele entre pessoas físicas e jurídicas das quais Barros é sócio somaram R$ 418 mil, valor que representa 94% do que o deputado afirma ter como patrimônio líquido – R$ 446 mil.
O relatório registra que Barros é investigado por corrupção passiva, crime eleitoral, crimes contra a administração pública, formação de quadrilha, fraude, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e lavagem eleitoral.
foto Agencia Senado