Vinte anos depois de dar garantia de vida ao sequestrador que havia feito Silvio Santos refém por mais de sete horas em sua própria casa, somente agora Geraldo Alckmin soube o que realmente aconteceu com o bandido, morto na cadeia quatro meses após se entregar.
Fernando Dutra Pinto sofreu sessões de espancamento com barras de ferro dentro do sistema penitenciário e morreu em decorrência das torturas. Um dos ferimentos foi a porta de entrada para uma bactéria que acabou provocando uma infecção generalizada.
À época, autoridades chegaram a divulgar a versão de que ele teria sido vítima de intoxicação alimentar após consumir carne de porco.
A revelação sobre a mecânica da série de agressões e a condenação dos responsáveis foi feita ao ex-governador em entrevista para a produção do documentário em áudio “Silvio Santos – Sequestros, mortes e mistério”, dos jornalistas Alexandre Freeland e Leandro Calixto, para a plataforma Ubook.
Alckmin, que na ocasião deixou o Palácio dos Bandeirantes e foi pessoalmente negociar a libertação de Silvio, ainda acreditava na informação de que Dutra Pinto teria sido apenas vítima de uma doença mal curada por falta de cuidados médicos adequados.
Cinco servidores foram condenados por tortura ou por negligência, sendo que dois deles acabaram expulsos do funcionalismo público.
Relata Alckmin na áudio série da Ubook, que lança nesta quarta-feira seu segundo episódio, contando os bastidores da negociação para libertar o apresentador, que deixou o país paralisado diante da TV, em 2001:
— Nunca havia tido essa informação sobre espancamento e muito menos sobre essa condenação.
Foto: Ana Blanco | O Globo
Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.
