Com o intuito de atuar para tentar harmonizar a relação entre os Poderes, os governadores querem agendar uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro para a próxima semana. Os chefes de Executivo estaduais debateram o assunto nesta segunda-feira, 23, em reunião do Fórum de Governadores. Já prevista, a reunião do Fórum dos Governadores ganhou de última hora a inclusão na pauta do debate sobre possível ruptura institucional.
“O objetivo é demonstrar a importância de o Brasil ter um ambiente de paz, de serenidade onde possamos garantir a forma de valorização da democracia, mas principalmente criar um ambiente de confiança que permita atração de investimentos, geração de empregos e renda”, afirmou o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
O objetivo do grupo é “utilizar a força dos governadores que falam em nome da população […] e levar essa fala dos 27 governadores para todos os Poderes constituídos no país”, segundo o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
A discussão sobre as ameaças à democracia acontece em meio a uma série de ataques de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal. Contrariando pedidos de moderação de seus aliados, o presidente da República enviou ao Senado pedido de impeachment contra Moraes.
Moraes é o responsável pelo inquérito das Fake News, que resultou na prisão de aliados do governo, como o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.
Além disso, o presidente lançou há algumas semanas uma série de críticas e ataques ao sistema de urnas eletrônicas. Seu alvo principal nessa questão foi o ministro Luis Roberto Barroso, também presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Existe a expectativa que ele apresente também pedido de impeachment de Barroso.
Na semana passada, em esforços para diminuir a tensão, chefes dos Poderes realizaram uma série de reuniões paralelas, mas sem a presença do presidente da República. O interlocutor do Palácio do Planalto foi o ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Também na semana passada, governadores de 13 estados e do Distrito Federal divulgaram nota em defesa do STF e manifestando solidariedade aos ministros e familiares, “em face de constantes ameaças e agressões”.
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