O dólar comercial encerrou esta quarta-feira em alta de 1,94%, cotado a R$ 5,3751, em um dia de pessimismo entre os investidores, receosos com as incertezas fiscais no Brasil. Esse foi o maior patamar para um fechamento desde o dia 4 de maio deste ano, quando a moeda atingiu o valor de R$ 5,4297.
A divulgação da ata do Fed balançou um pouco o mercado mais cedo, mas ao longo do dia o que pesou mesmo foi o fator fiscal, com o adiamento da votação da reforma tributária e a questão dos precatórios. O mercado teme que às vésperas do ano eleitoral o governo comece a adotar medidas populistas que acabem prejudicando o equilíbrio fiscal — aponta Felipe Steiman, gerente comercial da B&T Câmbio.
A reforma do Imposto de Renda (IR) foi adiada pela segunda vez nesta quarta-feira, sem que os parlamentares chegassem a um acordo sobre o texto, que toca em pontos importantes para os investidores, como a taxação de dividendos. Os deputados decidiram deixar a análise da proposta relatada pelo deputado Celso Sabino (PSDB-PA) apenas para a próxima semana.
O impasse dos tributos se soma a um cenário marcado pelas discussões a respeito da reformulação do Bolsa Família, com o aumento do valor do benefício, e a proposta de emenda à Constituição (PEC) dos precatórios, que permite o parcelamento das dívidas do governo fruto de ações judiciais apresentadas por pessoas físicas, empresas e governos locais
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