Integrantes de sindicatos, associações e servidores públicos realizaram, nesta quarta-feira (18), uma manifestação contra a Reforma Administrativa proposta pelo governo federal. O protesto contra a PEC 32 ocorreu com uma caminhada do Campo Grande à Praça Castro Alves, a partir das 10h.
A maioria dos manifestantes integra o Fórum Baiano em Defesa do Serviço Público cuja pauta defende a garantia de direitos como a estabilidade no funcionalismo. Segundo os coordenadores do movimento, o texto proposto pelo governo deve prejudicar importantes setores como a Saúde, Educação e Segurança Pública.
Diretor do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindprev), Valdemir Medeiros ressalta que o SUS pode ser bastante impactado com a PEC 32.
Ele lembra que dos países com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil é o único que conta com serviços gratuitos de saúde de forma universal. Estes são apenas exemplos do peso que tem o serviço público e gratuito. “Antes da pandemia, mais de 70% da população era atendida pelo Sistema Único de Saúde, número que aumentou bastante com o avanço do desemprego e a fragilidade de cobertura dos planos de saúde para uma doença tão complexa como a COVID-19. O quadro de mortes seria mais trágico ainda e poderíamos ter um número de mortos 20% maior se não fosse o SUS”, estima.
Já na Educação, segundo dados de 2019 do IBGE, há mais de 80% do contingente de estudantes brasileiros na escola pública. Segundo a deputada federal Lídice da Mata, caso aprovada, a PEC 32 abrirá caminho para o aumento descontrolado da privatização de tudo o que hoje é público, o que pode impactar milhares de famílias. Ela acrescenta que as pessoas mais pobres deixarão de ter acesso a serviços básicos por não terem condições de pagar por eles.
“O problema do serviço público não é de eficiência, mas de falta de investimentos e déficit de pessoal. Até em países cujo liberalismo é a mola mestra da ideologia econômica há pelo menos 10% de servidores na população. No Brasil, é a metade disso e, ainda assim, o país tem uma boa produtividade nos serviços públicos. Há toda uma construção narrativa quanto à sua má qualidade, o que não é verdade”, avalia.
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