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EMPRESAS NOVATAS NA B3 SOFREM COM MOMENTO ADVERSO NO MERCADO

Redação - 18/08/2021 11:30 - Atualizado 18/08/2021

Os últimos pregões foram particularmente dolorosos para ações de empresas que estrearam na bolsa paulista, a B3, neste ano, com a maioria trabalhando abaixo dos preços fixados nos respectivos IPOs, em meio a uma piora nos cenários político e fiscal no país e preocupações com o ritmo de crescimento mundial.

Gestores e estrategistas afirmam que o momento do mercado não favorece a manutenção de papéis com pouco histórico – boa parte divulgou apenas o seu primeiro ou segundo resultado publicamente – ou baixa liquidez em carteira. E isso não necessariamente tem a ver com a qualidade da companhia.

Mesmo que algumas das novatas sejam tidas como ‘questionáveis’ e que não tenham entregue o prometido nos roadshows das ofertas, a avaliação é de que há componentes conjunturais que são mais desfavoráveis a elas.

Um dos destaques negativos em agosto é a plataforma social para investidores TC, que recua cerca de 40% no mês, tendo encerrado a terça-feira a R$ 7,60, abaixo do preço fixado no IPO no mês passado, de R$ 9,50. A correção se intensificou após prejuízo no segundo trimestre, divulgado na semana passada.

A prestadora de serviços em ambiente marinho Oceanpact contabiliza baixa em torno de 14% no mês, mas a queda frente ao preço do IPO em fevereiro ronda 65%. No fim de julho, as ações chegaram a cair 27% em apenas um pregão após anuncio de acordo trabalhista.

Quedas nos índices

O Ibovespa, referência da bolsa brasileira acumula em agosto perda de 3,2%, sendo o pior desempenho registrado por Lojas Americanas PN, com recuo de quase 24%. O índice Small Caps, por sua vez, cede mais de 8% no mês, com Méliuz, que estreou no ano passado, respondendo pela maior baixa, de cerca de 29%, a 48,01 reais – ainda assim bem acima do preço de seu IPO de novembro, quando saiu a 10 reais.

Na visão do gestor e sócio-fundador da Trígono Capital, Werner Roger, os preços de alguns IPOs eram em grande parte absurdos em relação ao real valor das empresas e, em especial, frente a empresas listadas. “Agora, depois de ajustes de 40% a 50%, começamos a garimpar”, afirmou.

No caso das estreantes, nomes como o banco de investimentos BR Partners e o grupo hospitalar Mater Dei resistem ao viés mais vendedor, com altas de 5,6% e 5,4%, respectivamente, em agosto, e desempenho forte também frente ao IPO – BR Partners sobe 58% e Mater Dei avança 12%. (Reuters)

 

Foto: Divulgação

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