A produção industrial da Bahia seguiu em alta, de 10,5%, em junho, na comparação com maio, com ajuste sazonal. Foi o segundo aumento consecutivo para o estado nesse comparativo e o melhor desempenho para um mês de junho desde 2018 (quando o aumento havia sido de 15,1%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje (11) pelo IBGE.
O crescimento da produção industrial baiana, na passagem de maio para junho, foi o maior entre os 15 locais investigados pela pesquisa, ficando bem acima do resultado nacional (0,0%). Dos 15 locais pesquisados, apenas 5 apresentaram resultados positivos no confronto com o mês anterior, com destaque para Pará (-5,7%), Paraná (-5,7%) e Pernambuco (-2,8%).
Apesar do resultado positivo na passagem de maio para junho, o setor fabril da Bahia segue com produção muito aquém da verificada antes do início da pandemia da Covid-19, operando num patamar 28,4% abaixo de fevereiro de 2020. O resultado também é negativo em relação a junho de 2020, com queda de 7,9% na produção industrial baiana. O estado apresentou a sexta retração consecutiva neste indicador.
A Bahia também segue com os piores índices do Brasil no acumulado no primeiro semestre de 2021 frente ao mesmo período do ano anterior (-15,0%) e nos 12 meses encerrados em junho (-8,7%). Em ambos os indicadores, os resultados estão aquém dos apresentados pela indústria nacional (12,9% e 6,6%, respectivamente).
Setores
A queda na produção baiana, na comparação com junho de 2020, se deu por conta da sexta queda seguida na indústria de transformação (-8,6%). Por outro lado, a indústria extrativa (2,9%) apresentou o seu quinto resultado positivo consecutivo.
A queda geral no mês se deu por conta de retrações em 6 das 11 atividades da indústria de transformação investigadas separadamente no estado, com destaques para fabricação de celulose, papel e produtos de papel (-52,5%) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-13,1%).
A fabricação de celulose e produtos de papel apresentou a sua segunda queda consecutiva. Por sua vez, a atividade de derivados do petróleo, que tem o maior peso na estrutura do setor industrial no estado, cai seguidamente há sete meses, desde dezembro de 2020.
O recuo mais intenso em junho 21/ junho 20 veio da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-77,9%), que teve o terceiro principal impacto no resultado negativo do setor em geral. A atividade tem o pior desempenho do estado no primeiro semestre de 2021, com queda acumulada de -93,3%.
Entre as cinco atividades industriais com aumento de produção em junho 21/junho 20 na Bahia, os principais destaques em contribuição para segurar a queda da indústria no mês, vieram, respectivamente, da fabricação de outros produtos químicos (com alta de 12,6%) e da preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (78,7%). Esta última tem o melhor desempenho no primeiro semestre do ano, com alta de 46,8%.
Outra atividade com crescimento significativo, mas peso menor para o resultado da indústria baiana em geral, foi a fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, que teve o maior aumento em junho (92,8%).
Foto: Cofic