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LIDERANÇAS EMPRESARIAIS E POLÍTICAS QUEREM O IMPEACHMENT DE BOLSONARO E A DESIDRATAÇÃO DE LULA

Redação - 28/06/2021 07:00

Lideranças empresariais, políticas e militares do Brasil, com alguma  vinculação, aquilo que se chama de “elites brasileiras” e que estão representadas pelo empresariado de porte presente especialmente na Av. Faria Lima, pelo PSDB de São Paulo e por outros partidos ditos de “centro” estão em processo de articulação de uma nova alternativa política para o país que tem como base o impeachment do presidente Jair Bolsonaro e a desidratação da candidatura de Luís Inácio Lula da Silva.

O portal Bahia Econômica conversou com representantes dessa corrente que consideram que o crescimento de Lula nas pesquisas deve-se majoritariamente à Bolsonaro, pois se generalizou no país a ideia de que só o petista será capaz de vencê-lo na disputa eleitoral. Essas lideranças afirmam que uma eleição entre Lula e Bolsonaro seguiria o script das eleições que estão se verificando em vários países da América Latina e cujo resultado é a volta dos candidatos de esquerda ou a manutenção no poder de uma direita atrasada e corrupta.

Se a eleição de 2022 for polarizada entre Lula e Bolsonaro, o mais importante e mais desenvolvido país da região tenderia a seguir o caminho da Argentina, que por conta dessa polarização vem destruindo um parque econômico de grande porte. Por outro lado, caso Bolsonaro vença a eleição é consensual que ele tenderia a aprofundar sua política retrógrada em relação ao meio ambiente, à exploração da Amazônia, à política de costumes e outras e tenderia a enfraquecer as instituições do Poder Legislativo e Judiciário e aumentar a intervenção do Estado, já que poderia finalmente se desvencilhar de Paulo Guedes, que ainda preserva um sopro de liberalismo no governo.

Além disso, a reeleição de Bolsonaro tenderia fazer definitivamente do Brasil um pária internacional, sem capacidade de interlocução com os grandes líderes mundiais, o que afastaria os investidores, anunciando um cenário semelhante ao que se vê em países como a Argentina, Peru e outros.   Assim a estratégia seria tirar Bolsonaro do cargo e no âmbito de um acordo político amplo colocar no poder o vice-presidente Hamilton Mourão e nem seria necessário um pacto que evitasse a sua tentativa de reeleição, pois em menos de um ano seria quase impossível tornar viável sua candidatura.

Sem Bolsonaro inflando a candidatura Lula via polarização e com o caminho aberto para o aparecimento de novos nomes, a tendência seria a desidratação eleitoral do petista, até porque, sem um inimigo comum, todos passariam a criticá-lo. Há quem proponha uma ação mais ampla que envolveria também formas jurídicas para impedir a candidatura de Lula, mas essa hipótese por enquanto estaria descartada. O problema é que para a consecução do impeachment de Bolsonaro é indispensável  a adesão  do “Centrão”, ou pelo menos parte expressiva dele,  e do presidente do Congresso Nacional, Artur Lira, para assim tirar Bolsonaro do poder. A proposta já é discutida abertamente entre lideranças que representam os grandes players da economia brasileira e por lideranças políticas e militares. Se vai dar certo ou não é outra história. (EP- 28/06/2021)

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