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OS DESAFIO DA ECONOMIA NO PÓS PANDEMIA

Redação - 17/06/2021 16:38

Após grandes tragédias, como guerras e pandemias, é normal os países registrarem num primeiro momento uma taxa de crescimento econômico exponencial.  É comum também, por causa dos gastos extraordinários no enfrentamento das tragédias, que haja uma forte injeção de dinheiro novo na economia, sem o consequente aumento da produção e o resultado é o aumento dos índices inflacionários.

É exatamente isso o que está acontecendo com a economia brasileira que se depara com alguns desafios no pós pandemia. É possível afirmar, por exemplo, que o PIB vai crescer 5% ou mais em 2021 e isso já está dado pelos resultados verificados no 1º trimestre. O desafio está na volta da inflação, inflada  pelos gastos públicos que aumentaram a base monetária sem aumento da produtividade, e nos últimos 12 meses, já atingiu 8%. Essa inflação é maior para as camadas mais pobres da população e para a chamada classe média baixa e isso, vai reduzir a demanda.

A disparada inflacionária fez o Banco Central voltar com a política de  aumento da taxa de juros e, enquanto escrevo este artigo, a taxa Selic deve ter aumentado em 0,7%, talvez em até 1%, e vai fechar 2021 em 6% ou mais. A alta nos juros não vai comprometer o crescimento do PIB em 2021, mas vai colocar um freio na economia, encarecendo o crédito, estimulando a poupança e reduzindo o crescimento em 2022.

Outro desafio será a redução do desemprego. O PIB brasileiro já vem crescendo a três trimestres consecutivos, mas os efeitos na geração de emprego são pífios e o país ainda registra 14,3 milhões de desempregados, 2 milhões a mais do que o registrado no governo Dilma. As empresas, que reduziram pessoal para enfrentar a crise aumentando a produtividade,  estão voltando a crescer sem grandes reposições de mão-de-obra.  Essa taxa de desemprego deve cair ao longo do ano, mas em velocidade menor, pois as empresas estão produzindo mais com menos trabalho.

Outra questão é a melhoria nas contas públicas. A retomada da atividade econômica e a inflação de 8%, aumentaram a arrecadação e o governo deve reduzir seu déficit público mesmo com aumento dos gastos. É um dado positivo, mas esse movimento está se dando mais pelo aumento da inflação, já que até agora o crescimento do PIB está apenas repondo as perdas.

E redução do déficit via inflação melhora o cenário no curto prazo, mas no longo prazo a inflação vai frear a  retomada econômica, pois a demanda cai e os juros mais altos, desestimulam as compras, encarecem a rolagem da dívida e faz o país voltar a ser uma economia de rentistas. O último desafio é a crise energética, e o medo do racionamento pois, à medida que o PIB cresce, a demanda por energia aumenta mais que proporcionalmente.

                                    BOOM TURÍSTICO

O turismo foi um dos setores que mais sofreu com a pandemia e as medidas restritivas. Mas o volume das atividades turísticas ampliou-se em 120% em abril, embora isso signifique pouco, pois comparado com o quase nada de abril de 2020. Mas se o governo federal agilizar a vacinação e forem confirmados os anúncios de vários estados prevendo que em setembro e outubro toda população adulta estará vacinada, haverá um “boom turístico” no país e vai faltar avião e quarto de hotel. O final da vacinação no Brasil deve coincidir com o início do verão e aí quem sair na frente vai faturar mais. Salvador, Porto Seguro e outras cidades turísticas da Bahia precisam se preparar para o pós pandemia.

                    ESPECIALIZADA EM COMMODITIES

A Bahia está se tornando um centro produtor de commodities e reduzindo a participação dos bens finais. É bom porque amplia as oportunidades econômicas, mas deixa o estado dependente do mercado internacional. Entre janeiro e abril de 2021, as commodities foram responsáveis por 83% das exportações baianas, quando esse  percentual era de 60%. Entre os dez principais produtos da pauta de exportações baianas, todos são commodities, ou seja, soja, celulose, produtos petroquímicos, petróleo, minerais, metalurgia, algodão e outros. Por enquanto, a coisa está indo bem, afinal o preço das commodities no 1º quadrimestre de 2021 cresceu 38% no 1º quadrimestre de 2021. Os dados são da SEI.

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