A CPI da Covid no Senado ouvirá nesta quarta-feira (9) o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Antônio Élcio Franco. Ele foi o número 2 da pasta durante a gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello. A oitiva de Franco chegou a ser marcada para o último dia 27, mas o coronel da reserva do Exército informou à CPI que não poderia comparecer por estar se recuperando da Covid.
O depoimento foi, então, reagendado. Atualmente, Élcio Franco é assessor especial da Casa Civil da Presidência da República. No depoimento, o militar deve ser questionado pelos senadores sobre compras e distribuição de insumos necessários ao enfrentamento da pandemia. O coronel também terá de dar explicações sobre as negociações para a aquisição de vacinas – e, mais especificamente, sobre o fato de o governo ter ignorado mensagens e se recusado a assinar contrato com a Pfizer para receber um grande lote de vacinas já no ano passado.
De acordo com o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, Franco tratou diretamente com a farmacêutica durante as ofertas feitas – e recusadas – pelo governo ainda em 2020. “Chefe” de Élcio Franco durante a temporada no ministério, o ex-ministro Pazuello já foi ouvido pela CPI ao longo de dois dias – e será reconvocado pela comissão em data a ser definida.
À comissão, Pazuello afirmou que nunca chegou a tratar diretamente com a Pfizer sobre a compra das doses. Após esse depoimento, o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) informou que a Pfizer enviou, ao todo, 53 e-mails ao governo brasileiro sobre o lote de vacinas em 2020. Documentos também revelaram que uma carta da Pfizer cobrando resposta chegou ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro.
Foto: divulgação