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CIDADES BAIANAS CHEGAM A PERDER MAIS DE R$ 133 MILHÕES SEM SÃO JOÃO

Redação - 08/06/2021 06:57 - Atualizado 08/06/2021

A maior festa popular do meio do ano do nordeste vai ficar sem ser realizada pelo segundo ano consecutivo por causa da pandemia do Covid-19. Ao todo, as perdas para as 18 cidades com tradição nos festejos juninos na Bahia chegam a mais de R$ 133 milhões. Mas, segundo o Observatório da Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA), com base no cálculo das prefeituras do estado, estima-se que quase R$ 1 bilhão deixe de circular na Bahia sem as festas de São João.

Na avaliação do publicitário Gabriel Carvalho, criador do site São João na Bahia e especialista nesse festejo popular, há uma ‘democratização’ nos lucros das festas juninas. “É uma celebração onde todo mundo ganha. Estima-se que a movimentação financeira chegue próximo a R$ 1 bilhão na Bahia. Isso sem contar nos milhares de empregos gerados que a gente nem consegue contabilizar direito, pois envolve desde o comércio ao vendedor ambulante, passando pelas pequenas industrias, os artistas e a economia criativa”, explica em entrevista ao jornal Correio da Bahia.

Só em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), são mais de R$ 60 milhões que o município deixará de ganhar. No Recôncavo, na cidade de Cruz das Almas, são mais de R$ 30 milhões perdidos. Já em Santo Antônio de Jesus, segundo estimativas do setor, a festa na cidade costuma movimentar cerca de R$ 10 milhões. Por sua vez, em Amargosa, no Vale do Jiquiriçá, em torno de R$ 20 milhões não vão circular na cidade em 2021 por causa da pandemia.  Na Bahia, em condições normais, a festa de São João acontece em mais de 300 municípios. São mais de 2 milhões de baianos circulando no próprio estado, sendo que metade disso são pessoas da capital com destino ao interior, de acordo com Gabriel Carvalho.

“Mais um ano sem São João dói muito em quem gosta e participa. E dói, principalmente, no bolso. O São João representa renda para aqueles que plantam, se apresentam no palco, vão vender sua cerveja e, também, para toda a economia do estado, de uma forma geral”, argumenta.  Tão apaixonado por São João, o próprio Gabriel Carvalho tem o costume de, desde os 16 anos, viajar para alguma cidade da Bahia no mês de junho, alternando entre Santo Antônio de Jesus, Amargosa, Ibicuí e Cruz das Almas. Ano passado, por causa da pandemia, foi a primeira vez, desde então, que ele ficou na capital. Em 2021, a programação terá que ser repetida. “O arrasta-pé vai ser aqui em casa mesmo, cumprindo o isolamento social e com comidas típicas”, disse.

Foto: divulgação

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