Com uma cadeira, guarda-sol e água, os marceneiro Edson do Rosário, 58 anos, passou mais de seis horas na fila da vacinação contra a Covid-19, mas ganhou uma esperança ao receber a primeira dose, após ter contraído a doença em fevereiro deste ano e ficado com 60% dos pulmões comprometidos. No momento da infecção, ao ser encaminhado da sua residência para um hospital por uma equipe do Serviço de Atendimento Movel de Urgência(Samu), ele chegou a falar com a família que não voltaria mais. “Eu disse ‘adeus, eu não volto mais’, falei assim mesmo para a minha família”, lembra.
Edson ficou 10 dias intubado no Hospital Sagrada Família, em um total de 16 dias internado. Ele destaca que já estava sem ânimo. “É muito desanimador essa situação em que a gente fica depois que tem essa Covid-19”. Mas a expectativa de dias melhores surgiu após ele ter se vacinado com o imunizante da Astrazeneca. A cadeira usada por ele e pela filha, Gleice Sena, de 20 anos, fizeram sucesso na fila. Segundo o marceneiro, as pessoas se aproximavam pelo fato curioso de ter sido a única pessoa a ter se preparado para a longa espera. “Elas se solidarizaram comigo e me ofereceram ajuda para carregar a cadeira em algumas ocasiões”.
Edson conta que ainda vem enfrentando sintomas pós-Covid, como infecção urinária, cansaço, falta de ar e problemas no coração, além de ter perdido um pouco da voz, olfato, paladar e a memória instantânea, dentre outros. A filha diz ter ficado satisfeita e feliz com a vacinação do pai, que completará o ciclo de imunização, conforme a previsão, no dia 28 de julho.
Foto: divulgação
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