O senador baiano, Otto Alencar (PSD), afirmou durante sua fala na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 nesta terça-feira (18) que o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, “falta com a verdade” em seu depoimento. O senador usou de sua fala para rebater as declarações do ex-ministro sobre o Brasil ser um dos primeiros países a participar das reuniões do Covax Facility, iniciativa da Organização Mundial da Saúde(OMS) para a compra de vacinas.
“O ministro Ernesto disse que o Brasil foi o primeiro país a participar da reunião do Covax Facility, em abril. Mas não havia nenhum representante do Brasil naquela reunião. A outra reunião foi em maio, liderada pela Espanha, pela França e pelos países Árabes, e não tinha um representante do Brasil sequer. Só se tomou iniciativa em junho. Então, o ministro faltou com a verdade. Ele não falou aquilo que realmente aconteceu. Nas reuniões do consórcio não tinha nenhum representante da diplomacia brasileira, nem em abril e nem em maio. O Ministério só se manifestou em junho, é completamente descabida a colocação que vossa senhora fez”, afirmou Otto.
O senador também respondeu ao colega Eduardo Girão, a quem também apontou faltar com a verdade, ao alegar que o Brasil é o 4º país que mais vacinou contra a Covid-19 no mundo. “Começo achando que há uma contaminação muito grande com a falta da verdade, inclusive com a fala do senador Eduardo Girão. Ele disse que o Brasil é o 4º país que mais vacinou. O Brasil vacinou com a primeira e segunda dose 9,7% da população. Só para vossa excelência ter ideia, 47% dos idosos ainda não tomaram a segunda dose porque faltou insumo para o Butantan o a Fiocruz produzir a vacina”, disse Otto, que citou um artigo escrito por Ruy Barbosa.
“Essa é uma coisa que virou um sistema quase que crônico, que me lembra muito bem um artigo feito pelo meu patrício Ruy Barbosa, ‘A Mentira’. Ele dizia o seguinte, ‘depois de apontar tantos defeitos para um torto, ainda por cima mente’. Porque isso aqui nós temos que colocar, pois não é possível que se ache que a política da saúde no Brasil foi feita de forma correta, que nós temos vacina sobrando, não chegamos nem a 10% da primeira e segunda dose”, declarou o senador.
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