A Polícia Legislativa concluiu que o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Filipe Martins, cometeu crime resultante de preconceito ou raça de cor durante uma audiência no Senado.
O caso envolve o gesto feito em março pelo assessor, que acompanhava a fala do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo sobre os esforços do Itamaraty para viabilizar a aquisição de vacinas contra a Covid.
Martins estava sentado atrás dele na sala do plenário virtual. Logo no início da sessão, durante a fala de abertura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Martins juntou os dedos indicador e polegar da mão direita de forma arredondada e passou sobre o paletó do terno que trajava.
O gesto foi considerado obsceno pelos parlamentares e também foi associado a uma saudação utilizada por supremacistas brancos, já que a mão posicionada desse jeito forma as letras WP (“white power”, ou poder branco).
A conduta foi investigada pela Polícia Legislativa e o processo corre em segredo de Justiça. Agora, o Ministério Público deve enviar o caso para a Polícia Federal e depois vai decidir se pede mais investigações, se já há elementos para denunciar o assessor ou se arquiva o processo.