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GOVERNO GASTOU R$ 125 MI COM REMÉDIO QUE NÃO TEM EFEITO CONTRA A COVID-19

Redação - 12/04/2021 17:45 - Atualizado 12/04/2021

O Ministério da Saúde gastou R$ 125 milhões com o Tamiflu, um medicamento que combate os efeitos da gripe e não tem eficácia para a Covid-19. A pasta comprou 28 milhões de cápsulas e pagou até R$ 5,33 por dose, ante R$ 4 antes da pandemia, uma diferença de 33,2%. A pasta decidiu apostar no medicamento, dentro da estratégia de combate à Covid-19, com o argumento de que a droga seria necessária para evitar superlotação de hospitais por síndromes respiratórias decorrentes do vírus da gripe e do H1N1.

O ministério incluiu o Tamiflu (fosfato de oseltamivir) na nota informativa com orientações para o chamado tratamento precoce. A droga está ao lado de cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina, todas sem eficácia para Covid-19. O Tamiflu, segundo nota do Ministério da Saúde de 30 de julho de 2020, deve ser recomendado para crianças com sintomas leves, moderados e graves, com o propósito de “exclusão de influenza”. As informações são da Folha de S. Paulo.

Infectologistas afirmam, de acordo com a reportagem, que o Tamiflu fazia algum sentido, diante de casos de síndromes respiratórias graves e do tempo necessário até confirmação de diagnóstico de Covid-19, somente no começo da pandemia. As incertezas sobre o vírus causador de síndromes, se influenza ou o novo coronavírus, levavam a esse método, numa tentativa de se reduzir danos.

“Tiramos do protocolo em poucas semanas, no máximo até o comecinho de abril [de 2020]. Começamos a ver rapidamente que os pacientes eram acometidos de Covid-19, que havia diferença em relação a influenza”, diz Alberto Chebabo, vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).

“Em 2020, a circulação de influenza foi baixíssima, por fatores como isolamento, uso de máscaras e o novo coronavírus se tornando predominante.”

 

 

 

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

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