A presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, despediu-se dos funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio de uma carta. O IBGE havia informado que ela seguiria no cargo até a transição para um novo presidente, mas a economista afirmou que esta sexta (9) é seu último dia à frente do órgão, que ainda não tem sucessor escolhido para o cargo.
A economista pediu demissão após o Congresso reduzir a verba do Censo, que estava previsto para acontecer este ano, a R$ 71 milhões, inviabilizando o levantamento. Na carta, Susa discorreu sobre seu trabalho à frente do instituto durante dois anos e dois meses. “O IBGE é uma verdadeira joia no serviço público brasileiro, uma instituição da qual todos devemos nos orgulhar, como cidadãos brasileiros, a cada dia de nossas vidas”.
O IBGE cancelou prova para contratar 200 mil recenseadores e agentes necessários para visitar os mais de 70 milhões de domicílios brasileiros. Na carta, ela ressaltou a importância da realização do censo. “Mais do que nunca será fundamental para o futuro do Brasil”. Indicada pelo ministro Paulo Guedes para o cargo, Susana não recebeu apoio público do Ministério quando o relator do Orçamento, senador Marcio Bittar (MDB-AC), reduziu em 96% a verba para o Censo.
Susana disse aos funcionários que deixou as bases para a realização do Censo, que serve de direção para todas as pesquisas domiciliares amostrais, que precisam ser atualizadas a cada dez anos, para retratar com fidelidade as características da população brasileira. “Tenho a convicção de que conseguimos lançar bases sólidas para que a operação censitária seja implementada. O próximo Censo terá, como lastro, o aprendizado e os avanços técnicos viabilizados nos últimos meses, mas também se apoiará na expertise e na experiência construídas pelos ibgeanos ao longo de décadas”, diz a carta.
A economista também ressaltou as pesquisas Pnad Covid-19, que divulgaram resultados semanais sobre o impacto da quarentena no mercado de trabalho, o afastamento dos trabalhadores, e o acesso ao auxílio emergencial. Susana é funcionária do Banco Mundial cedida ao governo brasileiro e ainda não decidiu se retomará ao cargo anterior.
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