A produção industrial da Bahia caiu 5,8% em fevereiro, na comparação com janeiro deste ano, com ajuste sazonal. Foi o terceiro recuo consecutivo para o estado nesse comparativo e o pior resultado para um mês de fevereiro desde 2016, quando a retração chegou a 15,5%, informou o IBGE nesta quinta-feira (8).
Já em relação a fevereiro de 2020, a produção industrial baiana teve forte recuo de 20,9%, o maior do país pelo segundo mês consecutivo e um desempenho muito pior do que o nacional, que ficou em 0,4%. Foi o pior fevereiro para a indústria baiana em geral desde 2015, quando a queda tinha sido de 23,0%.
A queda baiana, na passagem de janeiro para fevereiro, foi bem maior que a registrada no país como um todo (-0,7%) e foi a 3ª mais intensa entre os 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) Regional do IBGE. Ficou acima apenas os resultados verificados no Ceará (-7,7%) e no Pará (-7,4%). O setor fabril da Bahia segue com produção muito aquém da verificada antes do início da pandemia da Covid-19, com uma queda acumulada de 17,6% entre os meses de março de 2020 e fevereiro de 2021.
Além de refletir os efeitos econômicos da pandemia, o resultado de fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2020, tem influência determinante do desempenho da indústria automobilística, terceiro segmento mais significativo do setor na Bahia. O fechamento da fábrica da Ford em Camaçari causou grande impacto. A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias teve o seu pior mês de fevereiro desde o início da série histórica do IBGE, 18 anos atrás, em 2003, com queda de 97,1% frente à produção de fevereiro de 2020 – reflexo do encerramento das atividades de uma fabricante de veículos no estado.
No acumulado nos dois primeiros meses de 2021, frente ao mesmo período do ano anterior, a produção industrial baiana também tem forte recuo (-18,0%), o maior do país. O desempenho da indústria nacional está positivo nesse indicador (1,3%). Nos 12 meses encerrados em fevereiro, a indústria na Bahia cai 9,4%, mostrando o segundo pior resultado dentre os locais pesquisados, acima apenas do Espírito Santo (-14,1%).
O recuo na produção industrial da Bahia na comparação com fevereiro de 2020 (-20,9%) refletiu as quedas tanto na indústria extrativa (-4,6%), oitavo recuo consecutivo, quanto na indústria de transformação (-21,7%), segunda queda seguida.
Assim como havia ocorrido em janeiro, houve retrações em 7 das 11 atividades da indústria de transformação investigadas separadamente no estado, com destaques, mais uma vez para a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-97,1%) e a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-23,2%).
Entre as 4 atividades industriais com aumento de produção em fevereiro 21/ fevereiro 20 na Bahia, os principais destaques, em contribuição para segurar a queda da indústria baiana no mês, vieram, respectivamente, da fabricação de outros produtos químicos (12,2%) e da fabricação de celulose, papel e produtos de papel (5,1%). A maior taxa positiva ficou, novamente, com a fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (23,4%), porém esta atividade possui um peso menor na indústria do estado.
Foto: Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo