O Ministério da Saúde e a Secretaria de Comunicação (Secom) pagaram R$ 85,9 mil a influenciadores para divulgar campanhas do governo sobre a Covid-19 nas redes sociais. Desse montante, R$ 11,5 mil foi repassado à ex-BBB Flávia Viana para que ela defendesse o chamado “tratamento precoce”, que não tem eficácia comprovada contra a doença, no Instagram.
Segundo reportagem de Giovana Fleck e Laís Martins, da Agência Pública, a Secom contratou quatro influenciadores em janeiro deste ano para falar sobre “tratamento precoce”, com um investimento total de R$ 23 mil. A verba saiu de um investimento total de R$ 19,9 milhões da campanha publicitária denominada “Cuidados Precoces COVID-19”.
Além de Flávia Viana, os influenciadores João Zoli, Jéssika Taynara e Pam Puertas também fizeram publicações patrocinadas pelo governo orientando o público a solicitar “tratamento precoce” nos hospitais caso apresente sintomas de Covid-19. Os famosos, no entanto, não citam o uso de cloroquina, ivermectina ou outros medicamentos.
No briefing desta ação, os influenciadores foram orientados a posar de maneiras diferentes, alguns com a máscara no rosto e álcool gel na mão, outros lavando a mão. O texto repassado pelo governo com orientações sobre as publicações dizia: “Hoje quero falar de um assunto importante, quero reforçar algumas formas de se prevenir do coronavírus. Vamos nos informar e buscar orientações em fontes confiáveis. Não vamos dar espaços para fake news. Com saúde não se brinca. Fiquem atentos! E se identificar algum sintoma como dor de cabeça, febre, tosse, cansaço, perda de olfato ou paladar, #NãoEspere, procure um médico e solicite um atendimento precoce”.
A ação que pede que o governo Bolsonaro suspenda as propagandas do uso de cloroquina e hidroxicloroquina para o “tratamento precoce” contra Covid-19 está parada no Supremo Tribunal Federal (STF) há quase dez meses. A ação aguarda análise e decisão do ministro Kassio Nunes.
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