A sumária demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, foi interpretada por integrantes das Forças Armadas como uma tentativa de Jair Bolsonaro enquadrar os militares. A pasta foi entregue ao general Walter Braga Netto, então chefe da Casa Civil e alinhado ao presidente. Surpreendidos, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica fizeram uma reunião na tarde de ontem. Segundo interlocutores militares, os três discutiram uma inédita renúncia coletiva, mas até o fechamento desta edição isso não estava definido.
Diante da insatisfação, Braga Netto tenta contornar a situação. Uma nova rodada de conversa está marcada para hoje de manhã. O comandante do Exército, Edson Pujol, que o presidente Jair Bolsonaro disse ontem nos bastidores que demitiria, e os comandante da Marinha, Ilques Barbosa Junior, e o da Aeronáutica, Antonio Carlos Moretti Bermudez, voltam a se reunir. Braga Netto deve participar também de uma conversa com os três.
Ao anunciar que deixaria o cargo, antes que Bolsonaro fizesse o anúncio, Azevedo e Silva disse que saiu “na certeza da missão cumprida”, sem explicar o motivo da demissão, mas ressaltando que preservou “as Forças Armadas como instituições de Estado”.
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