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ANÁLISE DO MERCADO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA MOSTRA QUE FUNDOS DIVERSIFICADOS REAGIRAM MELHOR À CRISE

Redação - 24/03/2021 13:00 - Atualizado 24/03/2021

Um estudo feito pela Onze, primeira fintech de previdência privada e saúde financeira do país, mostra que em 2020, apesar da instabilidade da economia, grande parte dos investimentos de risco fechou o ano com saldo positivo – movimento observado também no mercado de previdência privada. Ao longo do último ano, todas as incertezas causadas pela pandemia fizeram com que o cenário econômico ficasse bastante imprevisível. No Brasil, as pautas que tomaram a cena foram a delicada situação fiscal do País (agravada pelo auxílio emergencial), o atraso na aprovação de reformas e a queda da taxa Selic a uma mínima histórica de 2% ao ano, que contribuiu para valorização do dólar frente ao real e para o salto da inflação.

Mas vimos também o mercado reagir de forma positiva especialmente diante da aprovação das vacinas, dos estímulos econômicos aprovados nos Estados Unidos e também do acordo comercial que foi fechado entre Reino Unido e União Europeia.  Segundo o Ranking Onze dos Maiores Fundos de Previdência, no mês de dezembro, os 10 maiores fundos previdenciários de renda fixa superaram o CDI do mês, que foi de 0,16%. A taxa, que está sempre próxima à Selic, determina o rendimento anual de variados tipos de investimento. Os 10 maiores fundos previdenciários multimercado também superaram o CDI, mas apenas metade superou o IHFA, benchmark dos fundos de investimento multimercado (incluindo os não previdenciários), que foi de 2,71% no mês.

O mesmo comportamento positivo de dezembro não foi observado, contudo, no acumulado do ano de 2020. No grupo dos 10 maiores fundos de renda fixa, apenas 3 superaram o CDI do ano, de 2,77%. Dentre os fundos multimercado, 6 ultrapassaram o índice e apenas 1 bateu o IHFA (5,51%). A maioria dos 20 maiores fundos do país pertence aos grandes bancos. Segundo estudo da Onze, no geral, performaram bem os fundos previdenciários que mantiveram uma carteira de investimentos diversa, com aplicações em renda fixa pós-fixada, com menor risco, e em títulos prefixados e indexados à inflação, ações e dólar.

Na análise da fintech foram considerados apenas fundos com mais de 12 meses de histórico e com captação ou resgate nos últimos 6 meses. Foram descartados fundos exclusivos, master ou de fundações. Juntos, os 10 fundos previdenciários explorados pela Onze somam R$235 bilhões em patrimônio, com resgate líquido de R$9 bilhões no último semestre. Já os multimercado, têm cerca de R$54 bilhões em patrimônio, com captação líquida de R$555 milhões no mesmo período.

O que esperar dos próximos meses

O Brasil iniciou a vacinação de grupos prioritários em janeiro. A expectativa do mercado é que a imunização em massa ajude a alavancar a economia e reduza os impactos da crise financeira. Entretanto, a Onze observa que embora este seja um tópico importante para voltarmos gradualmente à normalidade, a prosperidade do País passa pela agenda política, com a aprovação de reformas econômicas. É preciso atentar-se também à movimentação do Banco Central, que aumentou a taxa Selic para 2,75% na última reunião do Copom em uma tentativa de manter a inflação dentro dos parâmetros esperados. A decisão afeta investimentos de renda fixa, renda variável e a cotação do dólar. Não há como prever os próximos passos, mas especialistas do mercado financeiro dão como certa que a inflação seguirá preocupando os brasileiros. Para reduzir os impactos, investir em fundos com composição diversa ainda é a melhor opção.

Foto: divulgação

Veja gráficos de análises:

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