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O TEMPO URGE E CIRO E DÓRIA PARECEM SER AS ÚNICAS POSSIBILIDADES DE TERCEIRA VIA

Redação - 15/03/2021 11:52 - Atualizado 17/03/2021

As candidaturas de Lula e Bolsonaro já estão postas e se o chamado “centro” não agir rápido vai ficar à reboque dessas candidaturas. Quando se fala em “centro” não se está absolutamente falando em “Centrão”, mas sim nos partidos que por sua história e tradição podem formar um arco político amplo e apresentar uma candidatura competitiva. Trata-se do PSDB, do DEM, do PSD e outros que se conseguirem se unir poderão atrair outros partidos como PSD e PP, mas, infelizmente, por razões pessoais, ou por uma  ideia equivocada de que ainda há tempo para discussões intermináveis sobre quem será o cabeça de chapa, esse grupo está perdendo o trem da história.

Em poucas palavras:  se a chamada terceira via não encontrar uma chapa que a represente até o início do segundo semestre de 2021, estará condenada a ser coadjuvante na disputa presidencial.

As hipóteses são muitas e já deveriam estar na mesa de negociação. No cenário atual, há dois nomes que poderiam encampar essa chamada terceira via e cada um tem vantagens e desvantagens. No atual cenário dificilmente um outsider, do tipo Luciano Huck que enrola, enrola e não decide, teria condições de assumir essa condição. Já Sérgio Moro não tem traquejo político e teria dificuldades em ter apoio nos estados. Daí surgem dois nomes que podem assumir o papel de terceira via, com chances efetivas de disputa contra Lula e Bolsonaro: Ciro Gomes e João Dória.

Cada um tem vantagens e desvantagens. Ciro Gomes é um nome forte, com penetração na esquerda e que poderia atrair aquela parcela da população que, simpatizante da esquerda, assumiu o antipetismo. Ciro teria, por outro lado, possibilidade de atrair partidos mais à direita como o DEM, podendo assim formar uma chapa forte, por exemplo, Ciro/Mandetta, com mais possibilidades de disputar efetivamente um lugar no segundo turno. A desvantagem está no temperamento e na intempestividade de Ciro Gomes que teria de ser contida com a criação de um Ciro paz e amor.

Já João Dória tem a vantagem de governar o estado mais rico do país e ter como vice um quadro do DEM, o que já é meio caminho andado para viabilizar uma coligação, por exemplo, Dórea/Mandetta. Mas Dórea tem mais desvantagens do que Ciro, afinal, tem alta taxa de rejeição, é pouco conhecido no país e traz uma aura de carreirista e marqueteiro. Nada que não possa ser repaginado, mas as chances parecem mais difíceis nesse caso.

O fato é que o tempo urge e o chamado “centro” precisa se posicionar já no segundo semestre para não se tornar mero coadjuvante no duelo entre Lula e Bolsonaro.

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