A Associação de Funcionários do Banco Mundial (BM) pediu uma investigação sobre as condutas de Abraham Weintraub, diretor-executivo da instituição e ex-ministro da Educação do Brasil. Os funcionários se queixam de que Weintraub compartilha desinformação sobre a pandemia de Covid-19, além de fazer campanha política para um cargo eletivo no Brasil.
A queixa foi enviada ao Comitê de Ética do BM, por meio de uma carta, datada em 24 de fevereiro de 2021.
No documento, os trabalhadores afirmam que o comportamento de Weintraub é incompatível com os valores fundamentais da instituição. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 10, pelo jornal Folha de S.Paulo.
O documento mostra publicações em que o ministro se posiciona contrário à vacina contra a Covid-19 produzida pelo Instituto Butantan. Além disso, os funcionários criticam a defesa do ex-ministro à cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19, mas defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e outros integrantes do governo.
Os funcionários também acusam Weintraub de “politizar a pandemia” ao fazer publicações criticando as ações do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na produção de imunizantes contra a Covid-19.
“Dado o papel crítico do Banco Mundial na luta contra a Covid-19 em todo o mundo, achamos inaceitável que um membro do Conselho Administrativo (muito mais do que qualquer outro membro da equipe) publique nas mídias sociais informações patentemente falsas, aparentemente com o objetivo de politizar a pandemia ou contribuindo para teorias da conspiração”, pontuaram os membros do banco.
Campanha para cargos políticos
A segunda queixa dos trabalhadores foi de que Weintraub está fazendo campanha para um cargo político no Brasil. Eles citam reportagens de fevereiro que afirmam a intenção do ex-ministro de se lançar candidato ao governo de São Paulo.
Para os funcionários, a conduta aponta conflito de interesses.