Após o discurso de Lula que disse nesta quarta-feira que o Brasil não tem governo, criticando a omissão do governo federal na distribuição de vacinas, o presidente Jair Bolsonaro mudou radicalmente de postura e apareceu usando máscara em evento no Palácio do Planalto agora à tarde, na cerimônia em que sancionou projeto para facilitar a compra de mais vacinas.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) também mudou o tom e pediu aos seus seguidores para compartilhar nas redes sociais uma foto de seu pai com a frase: “Nossa arma é a vacina”. O filho do presidente também disse que nos próximos meses o Brasil vai vacinar “dezenas de milhões de brasileiros”.
A mudança de postura ocorreu horas após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter atacado a gestão do governo no enfrentamento da pandemia no primeiro discurso depois de ter condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal. O petista disse que fará propaganda para a população se vacinar, num movimento oposto ao que Bolsonaro adotou até hoje. Ele recomendou que a população não siga nenhuma “decisão imbecil do presidente da República ou ministro da Saúde”, além de apoiar governadores em suas ofensivas por vacinas.
Em seu discurso, Bolsonaro adotou tom moderado e não fez ataques a governadores e prefeitos.
O evento no Planalto marcou a sanção da lei que a União assuma riscos e custos de efeitos adversos das vacinas, e permite que Estados e municípios comprem os imunizantes, caso o governo federal se omita nestas negociações.