A taxa de desocupação histórica registrada na Bahia em 2020 (19,8%) foi resultado de recordes negativos em todos os grupos populacionais envolvidos no mercado de trabalho no estado. É o que mostra o levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) Trimestral, divulgada hoje (10) pelo IBGE. O número de pessoas trabalhando, fosse em ocupações formais ou informais (população ocupada), chegou ao seu mais baixo patamar desde 2012: 5,159 milhões. Isso representou menos 626 mil pessoas ocupadas, em média, de 2019 para 2020, na Bahia:uma queda de 10,8%.
Por outro lado, o número de pessoas que não estavam trabalhando e procuraram trabalho no estado (população desocupada) atingiu seu pico, chegando a 1,272 milhão de desocupados, em média, em 2020: 70 mil a mais do que em 2019 (+5,8%). A taxa de desocupação só não foi ainda maior na Bahia, em 2020, porque também cresceu de forma significativa o número de pessoas que estavam fora da força de trabalho, ou seja, que por algum motivo não estavam trabalhando nem procuraram trabalho. Esse grupo somou, em média, 5,795 milhões de pessoas no estado, no ano passado, 782 mil a mais do que em 2019 (+15,6%).
Além de ser o maior contingente de população fora da força desde 2012, foi a primeira vez que o número de pessoas nessa condição superou o total de trabalhadores na Bahia. Dentre os que estão fora da força de trabalho, os desalentados voltaram a aumentar no ano passado, na Bahia, após terem se reduzido de 2018 para 2019, também chegando a seu maior patamar em oito anos. Eles somavam 808 mil pessoas em 2020, no estado, frente a 772 mil no ano anterior (mais 36 mil pessoas ou +4,6%).
A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. A Bahia tem o maior número absoluto de desalentados do país em todos os anos da série da PNAD Continua, desde 2012. E essa população mais que duplicou nesse intervalo de tempo, passando de 323 mil para 808 mil (+150,5%).
No ano passado, no Brasil, havia 5,527 milhões de desalentados, também o maior contingente da série histórica para o país.
Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias