Pesquisa do Instituto Paraná realizada na semana passada mostra o presidente Bolsonaro liderando a disputa eleitoral no primeiro turno com mais de 30% dos votos e entre os cenários apresentados o seu maior concorrente é o ex-presidente Lula que aparece com 18% dos votos.
Por outro lado, pesquisa de opinião que mede o potencial de voto de dez possíveis candidatos nas eleições presidenciais de 2022, mostra que Lula demonstra ter mais capital político que o atual ocupante do Palácio do Planalto e tem menor rejeição.
Na pesquisa, 50% dos entrevistados disseram que votariam com certeza ou poderiam votar em Lula se ele se candidatasse novamente à Presidência, e 44% afirmaram que não votam nele de jeito nenhum. Já em Bolsonaro 38% votariam ou poderiam votar nele e 56% jamais votariam.
Uma pesquisa não pode ser comparada com a outra, pois uma mostra intenção de voto no momento e outra o piso e o teto de aceitação de cada um dos possíveis candidatos neste momento.
Juntando as duas e com uma análise qualitativa dos candidatos que ora se apresentam para a disputa eleitoral fica uma constatação: por enquanto só Lula é capaz de vencer Bolsonaro e só Bolsonaro é capaz de evitar que Lula volte ao poder.
É verdade que há um fator no meio dessa constatação: Lula está impedido pela Lei da Ficha Limpa de concorrer em 2022, pois tem condenações penais proferidas por órgão colegiado. Mas, após o vexame das mensagens trocadas entre juízes e procuradores na Operação Spoofing, a suspeição de Moro como magistrado das causas que condenaram Lula é um hipótese cada vez mais concreta.
O mais surpreendente, no entanto, é que, a essa altura do campeonato, os partidos que formam o chamado centro democrático ou a chamada terceira via ainda se debatem em discussões e em hipóteses de nomes enquanto Bolsonaro está em campanha, mesmo em plena pandemia. Em outras palavras: por enquanto só Lula é capaz de vencer Bolsonaro e só Bolsonaro é capaz de evitar que Lula volte ao poder. (EP – 8/03/2021).