A taxa de ocupação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Salvador já supera o pico da chamada primeira onda da pandemia de covid-19. Segundo o prefeito Bruno Reis, as unidades da Região Metropolitana (RMS) não estão mais conseguindo transferir pacientes para a capital por falta de vagas. O secretário de saúde do município, Leo Prates, acrescenta que a demanda de pacientes doentes por leitos de UTI está sendo maior do que a capacidade de vagas nas UPAs e hospitais.
Bruno Reis, que nesta quinta-feira, 25, participou da apresentação das regras do lockdown parcial instituído pelo governo após sugestão dele e de outros prefeitos ao governador Rui Costa (PT), ressaltou que, a cada dia, a situação fica ainda pior. Entre estas quarta e quinta-feiras, 24 e 25, 133 pedidos de regulação foram registrados na cidade. Desse total, 66 pacientes foram regulados até essa quinta, 25, e outros 67 ainda esperavam por uma vaga. No auge da pandemia, em 2020, o número recorde de pacientes regulados em 24 horas foi 64.
O número de leitos no estado não está crescendo na mesma proporção de pacientes internados porque, quanto mais vagas são abertas, mais gente aglomera e se contamina. Até a manhã de ontem, 195 baianos aguardavam na fila estadual da regulação por uma vaga de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A informação foi divulgada pelo governador Rui Costa, durante a coletiva de imprensa para anunciar as regras do lockdown parcial no estado. “Isso é dramático. É para toda a Bahia. Temos situação crítica, com 100% de lotação em vários municípios”, alertou o governador Rui Costa.
Sobrecarga
A médica Juliana Parreira dá plantão na UPA de Brotas e diz que a unidade está sobrecarregada. Desde novembro de 2020, com a flexibilização das restrições contra o novo coronavírus, o número de pacientes com quadros respiratórios vem crescendo. Ela atende na área de pediatria e afirma que as crianças estão sendo cada vez mais afetadas e apresentam sintomas de covid-19 e até desenvolvendo casos mais graves.
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