Sabido desde o começo do seu mandato, a crise do transporte público, além da pandemia, tem sido o principal desafio para a gestão do prefeito Bruno Reis (DEM). Com a intervenção da Concessionária Salvador Norte (CSN) tendo sido prorrogada até março, após ausência de medidas de capitalização para resolver as dificuldades financeiras da empresa, o sistema pode entrar em colapso caso a Prefeitura precise continuar arcando com a gestão da bacia.
Em entrevista ao programa Isso é Bahia da Rádio A Tarde FM (103.9), o prefeito afirmou que já foram investidos R$92 milhões no sistema e que a Prefeitura não tem mais recursos próprios para arcar com a intervenção. “A questão do transporte público é o maior problema colocado na nossa mesa depois da pandemia. Está quebrado em todo país, todos os estados e capitais possuem esse problema, em Salvador estamos com uma concessionária em intervenção desde julho e o investimento da Prefeitura no transporte já chega a R$ 92 milhões de reais. Não temos esse dinheiro, ainda mais diante da queda de arrecadação e dos investimentos necessários na Saúde, então vamos ter que tomar uma decisão nos próximos dias mas o fato é de que se não houver um apoio do governo federal e um subsídio para o transporte público no país, o sistema entrará em colapso”, avaliou.
Bruno evitou falar em reajuste de tarifa na capital, que atualmente custa R$4.20, enquanto não houver uma solução em relação ao futuro da CSN. De acordo com ele, para a resolução da crise, é necessário que o Governo Federal invista em subsídios e facilte a isenção de impostos que permitam uma recuperação do setor frente às dificuldades imputadas pela pandemia do Covid-19. “Discussão de tarifa nesse contexto é algo até menor nesse contexto. Se paga uma tarifa alta por um serviço precário. O que precisamos é de subsídios e precisamos desonerar o sistema. Investir na redução do ICMS, do preço do Diesel, do PIS e COFINS para o transporte público para que possamos aprimorar e ter um serviço de qualidade.
É previsto que ainda no mês de fevereiro, prefeitos de diversas cidades do país se reúnam com membros do governo e do Congresso Nacional, como os novos prefeitos da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para discutir a questão. Em dezembro, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) vetou um Projeto de Lei (PL) aprovado no Congresso Nacional que previa repasse de R$ 4 bilhões da União para assegurar a prestação do serviço de transporte público e coletivo em cidades com mais de 200 mil habitantes. Nas razões do veto, Bolsonaro argumento que o projeto não teve previsão de impacto orçamentário e que os seus gastos poderiam extrapolar o período da calamidade pública em razão da Covid-19 e barrar as contas do governo no Tribunal de Contas da União (TCU)
Foto: divulgação