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TURISMO RELIGIOSO, NA CHAPADA E NAS PRAIAS SÃO APOSTAS DO SECRETÁRIO DE TURISMO PARA 2021; VEJA ENTREVISTA

Redação - 29/01/2021 15:50 - Atualizado 29/01/2021

Por Aline Damazio

O setor de Turismo da Bahia é responsável por movimentação de uma cadeia produtiva com mais de 50 atividades no Estado. Contudo, desde o início da pandemia, em março, o turismo baiano acumula uma perda de R$ 7,35 bilhões, de acordo com levantamento mais realizado em agosto de 2020 pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Baiano de Geografia e Estatística (IBGE).

O estado da Bahia lidera o volume de perdas no Nordeste, seguido de Pernambuco (R$ 4,4 bilhões) e do Ceará (R$ 3,36 bilhões). Apesar da perspectiva de reação no médio prazo, a evolução mais lenta do nível de atividade dos serviços, levou a CNC a revisar de -5,9% para -5,7% sua previsão de retração no volume de receitas do setor de serviços, em 2020. Para o Turismo, a tendência é de que o faturamento real do setor encolha 32,1%, neste ano, com perspectiva de volta ao nível pré-pandemia no terceiro trimestre de 2023.

Com esse panorama do setor, o Bahia Econômica entrevistou o secretário de Turismo da Bahia, Fausto Franco sobre as estratégias e desafios da secretaria para movimentar o turismo da Bahia diante da pandemia do coronavírus com suspensão de eventos, como também sobre investimentos no turismo religioso da Bahia; construção de aeroporto no Estado, além da evolução do projeto BNDES vai realizar o investimento em um dos parques da Bahia.

Confira o bate-papo:

1-Quais são os desafios do turismo da Bahia com a possibilidade de alguns dos atrativos de turistas suspensos ou com restrição de público como ensaios de verão, homenagens à Iemanjá e Carnaval?

Resposta Fausto Franco: Nesse momento atípico gerado pela pandemia da Covid-19, em que não se pode promover aglomerações, a orientação é que as festas populares do nosso verão não podem seguir os moldes tradicionais, que encantam baianos e turistas do mundo todo, por motivos de saúde pública. Artistas cada vez mais se dedicam as lives e pequenos shows cercados de protocolos de biossegurança como forma de entretenimento. No caso da festa de Iemanjá, Governo e Prefeitura pedem que as oferendas à Rainha do Mar sejam entregues em outras praias, justamente para evitar a reunião de grande número de pessoas.

Por outro lado, a Bahia oferece aos turistas uma gama de atividades para quem deseja viajar pelo estado. O vasto litoral baiano conta também com praias paradisíacas. Já a Chapada Diamantina é uma preciosidade, onde os turistas podem praticar esportes de aventura em contato com a natureza e com número reduzido de pessoas. Essa é a nossa maior zona turística, reúne mais de 30 municípios.

2- O BNDES vai realizar o investimento em um dos parques da Bahia para incentivar o turismo sustentável. Pode informar qual parque será contemplado na Bahia e a proposta do investimento?

Resposta Fausto Franco: Ainda é um projeto em fase inicial, que envolve estudos e análises dos nossos órgãos ambientais.

3 – Pode falar um pouco sobre revitalização dos sinos da Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia, que serão entregues em fevereiro. Tem outras ações que incentivem o turismo religioso? Em meio à pandemia.

Resposta Fausto Franco: Essa revitalização faz parte do nosso Projeto de Resgate dos Sinos. Fazemos a prospecção de parceiros e, com apoio da iniciativa privada, já conseguimos reativar sinos de seis igrejas de Salvador (Ajuda, Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Nossa Senhora da Graça, Santo Antônio da Barra, São Domingos de Gusmão e Santíssimo Sacramento do Passo) e uma em Porto Seguro, no Quadrado de Trancoso.

No caso da igreja Basílica da Conceição da Praia, padroeira da Bahia, o projeto foi grandioso que será entregue no dia 7 de fevereiro, com sistema automatizado que vem da Itália e pode ser programado. Ela é a nossa única igreja que tem 16 sinos e, por serem de épocas e pesos diferentes, poderão tocar músicas sacras.

Trabalhamos para ampliar esse projeto e já tivemos reunião com o arcebispo dom Sergio da Rocha que nos propôs, inclusive, articulação para recuperar construções seculares que fazem parte do patrimônio histórico da igreja como os conventos Paraguaçu e da Palma. Nesta reunião conversamos ainda sobre estratégias para manter turistas e baianos informados corretamente dos horários em que as principais igrejas estão funcionando para não ocorrer de o turista chegar à igreja e encontrá-la fechada. Aliado a isso, o nosso apelo para o turismo religioso é muito grande, temos, inclusive, uma Santa – Santa Dulce dos Pobres. Sem contar que temos locais de romarias no Estado, a exemplo de Bom Jesus da Lapa, por onde circulam cerca de 2,5 milhões de devotos vindos de todos os lugares do país. Neste sentido está sendo construído um aeroporto no município, considerando que conectividade é imprescindível para fomentar o turismo.

4- A Secretaria de Turismo tem uma média de prejuízos que o setor de turismo da Bahia acumula durante a pandemia até fevereiro de 2021? E com a chegada da vacina, o senhor prevê que em quanto tempo a recuperação do setor acontecerá?

Resposta Fausto Franco: Como se sabe, o turismo movimenta uma cadeia produtiva com mais de 50 atividades, demonstrando a transversalidade do segmento, por isso a Setur depende de dados coletados por órgãos competentes como SEI/Seplan e Sefaz.

5 – Quais as ações que a secretaria já planeja para incentivar o turismo no Estado neste ano de 2021?

Resposta Fausto Franco: Desde de 2020 estamos vivendo um momento atípico e chegamos a 2021 com o vírus circulando entre nós, então até nossas campanhas têm que ser cautelosas, voltadas para os protocolos de biossegurança, a exemplo da recém-lançada campanha de verão do Governo do Estado. Por outro lado, estamos ressaltando nossas belezas naturais, nossas possibilidades de um turismo ao ar livre, junto à natureza, sem aglomerações.

Estamos em constante contato com as Câmaras Técnicas de Turismo para orientá-las da importância de seguir os protocolos à risca para passar segurança para os turistas. Orientação também quanto à necessidade dos estabelecimentos estarem registrados no Cadastur para obter recursos disponibilizados pelos órgãos públicos.

Não paramos com nossa requalificação dos equipamentos náuticos da Baía de Todos-os-Santos que será dotada de marinas, piers, atracadouros, com recursos do Prodetur Nacional Bahia, executados através da Setur, incluindo aí a restauração do Museu Wanderley Pinho, em Candeias, que conta toda a história do Ciclo da Cana de Açúcar do Recôncavo Baiano.

Foto: divulgação

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