O reajuste da passagem de ônibus em Salvador vai depender do futuro da Concessionária Litoral Norte (CSN). Nesta sexta-feira (29), o prefeito Bruno Reis contou que primeiro será preciso decidir o que será feito com a empresa para depois falar em aumento de tarifa. Ele se queixou das despesas e disse que vai buscar apoio do Congresso para resolver problemas relacionados ao transporte público. A CSN era responsável por operar todos os ônibus da Estação Mussurunga, e na divisão com as outras duas concessionárias que ganharam a licitação para gerir o transporte público de Salvador, em 2014, ficou com os itinerários da Orla. Eram 115 linhas, 700 ônibus, e cerca de 4 mil empregados.
A decisão de interferir na CSN foi tomada no dia 20 de junho, após a empresa solicitar a intervenção através de ação judicial. Na época, a prefeitura explicou que a medida foi para preservar os 4 mil empregos e garantir a manutenção do transporte coletivo, considerado serviço essencial à população. Desde então, o Município vem arcando com as despesas. Bruno afirmou que essa situação precisa ser resolvida. “Nós temos que tomar uma decisão em relação à intervenção que está em curso quanto ao seu desfecho. E essa decisão vai ocorrer agora, no mês de fevereiro. Vamos decidir se nós iremos renovar a intervenção, se nós iremos contratar emergencialmente alguma empresa, se nós vamos decretar caducidade ou não. Vencida essa etapa, vamos dar início ao processo de discussão da tarifa” afirmou.
Ele contou que está articulando com prefeitos de outras cidades uma visita ao Congresso para pedir apoio federal na gestão do transporte público. Bruno afirmou que até fevereiro R$ 40 milhões serão investidos pela prefeitura no transporte coletivo e que o Município não tem condições de manter esses subsídios. “Ano passado foram investidos R$ 100 milhões, sendo que R$ 85 milhões o prefeito ACM Neto pagou e R$ 15 milhões ficou para a nossa gestão pagar. Em janeiro, a prefeitura está colocando na intervenção R$ 11 milhões, e em fevereiro serão mais R$ 14 milhões. Nós já temos comprometido com o transporte público esse ano R$ 40 milhões, e a prefeitura não suporta isso, não tem como subsidiar o transporte público. Então, nós precisamos sair dessa situação da intervenção para depois discutir qualquer outra questão do transporte público”, disse.
O posicionamento foi uma resposta ao questionamento de repórteres, na entrega de casas do Programa Morar Melhor, na Caixa D’Água, sobre a possibilidade da prefeitura reajustar a tarifa do transporte coletivo em Salvador no mês de março. Atualmente, a passagem custa R$ 4,20 e, antes da pandemia, o sistema transportava 1,3 milhão de pessoas todos os dias.
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