O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, disse que a quantidade de imunizantes armazenados no estado é suficiente para iniciar na segunda-feira, 1º, a vacinação de idosos com mais de 90 anos contra a Covid-19, como também havia informado o prefeito de Salvador, Bruno Reis. “É o que a gente está programando”, afirmou o titular da Sesab. Vilas-Boas afirmou que uma nova reunião nesta sexta, 29, deverá organizar a vacinação de idosos no estado. “Faremos uma CIB extraordinária para organizar o calendário decrescente”, declarou o secretário, em referência à Comissão Intergestores Bipartite, formada pela própria Sesab e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems).
O secretário confirmou que o início da vacinação para idosos com mais de 90 anos foi aprovado na quinta, 28, em reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), fórum interfederativo que abrange as três esferas de gestão – Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems). A ideia, segundo Vilas-Boas, é imunizar inicialmente pessoas com mais de 90 anos e, em seguida, por faixas de idade a cada cinco anos, por ordem decrescente – 85 anos ou mais, 80 anos ou mais, e assim sucessivamente. O secretário ressaltou, entretanto, que o avanço do processo dependerá da chegada de novos lotes de vacinas.
O modelo previsto lembra o que será aplicado no Rio de Janeiro, onde cada idade terá um dia específico. Na capital fluminense, a vacinação de idosos também começa na segunda e se estenderá por todo o mês de fevereiro, alcançando pessoas até 80 anos. Outras capitais já iniciaram a imunização desse grupo. Em Fortaleza, são vacinadas pessoas com 75 anos ou mais desde o começo da semana. Em Pernambuco, são imunizados idosos a partir de 85 anos. Já em Porto Alegre, a prefeitura vacina pessoas com 60 anos ou mais acamadas. Até a quinta, haviam sido aplicadas 128,6 mil doses de vacinas contra a Covid-19 em toda a Bahia, das 284,1 mil distribuídas.
Variante
A Bahia deverá receber a partir desta sexta a lista de pacientes que serão transferidos do Amazonas para cá, informou Vilas-Boas. A confirmação foi feita ao titular da Sesab pelo Ministério da Saúde. Em entrevista ao programa Manhattan Connection, da TV Cultura, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a transferência de pacientes manauaras sem os devidos cuidados poderá causar uma “megaepidemia” no país, em função da nova variante do vírus.
Segundo Vilas-Boas, dois critérios serão adotados pela Bahia ao receber os pacientes: deverão ser casos não ativos do vírus ou pessoas com outras doenças. “Como a necessidade deles é de oxigênio, a gente disse que só ia receber pacientes que tivessem mais de 14 dias da infecção, ou pacientes com outras indicações que estejam ocupando leitos de UTI”, disse. O governo da Bahia ofereceu 30 leitos de UTI.
Questionado sobre o nível de segurança dos procedimentos para evitar a propagação da variante amazonense, o secretário respondeu que as medidas “minimizam muito a chance de vir algum infectado”. Ainda não há respostas definitivas sobre sua letalidade ou transmissibilidade, mas a variante amazonense tem sido apontada como um dos fatores responsáveis pelo colapso do sistema de saúde e grave crise sanitária do Amazonas.
Em reunião com colegas de outros estados, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, apresentou números que sinalizam que os 350 pacientes já transferidos para outras unidades da Federação estavam infectados com a nova cepa do coronavírus. A frequência de linhagem da variante encontrada em janeiro foi superior a 90% no Amazonas.
Foto: divulgação
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