Apesar da escolha do prefeito eleito de Jequié, o ex-deputado Zé Cocá (PP), como o candidato da base do governador Rui Costa (PT) para a disputa à presidência da UPB (União dos Municípios da Bahia), outras candidaturas das legendas que compõem o arco de aliança do petista não abriram mão de estarem no pleito, mantendo um cenário de bate-chapa. A chancela do governador ao nome do gestor de Jequié foi dada após uma reunião na noite da última quarta-feira, 28, que, além do governador, contou com o vice-governador e presidente estadual da legenda, João Leão.
A escolha de Cocá fez com que a maioria dos pré-candidatos do PP desistissem da disputa para apoiá-lo, com exceção do prefeito de Serrinha, Adriano (PP), que manteve sua candidatura através de um pacto com a alta cúpula da legenda, para disputar de maneira solo, não vinculado ao PP. O elogio público do prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), ao chefe do Executivo de Serrinha incomodou a alta cúpula do Palácio de Ondina, que passaram a ver a digital do presidente do Democratas, ACM Neto, na candidatura de Adriano. O ex-deputado estadual afirma que a coalizão em torno de seu nome foi construída através de muito diálogo.
“Nós conversamos muito. Todos os prefeitos resolveram me apoiar através de um consenso não só do partido, mas da base aliada. Fui o escolhido para compor a base aliada em torno de um único projeto e agora vamos juntos discutir as proposições. A UPB é uma entidade que não pode ser partidária, e eu tenho uma relação boa com todos partidos: Dem, PSDB etc”, destacou Cocá. Apesar da dissidência, o prefeito de Jequié acredita que atrairá o seu colega de partido para o seu projeto. “Adriano é um cara inteligente e acredito que marcharemos juntos; vamos juntar todos os projetos e tornar um só”.
Além do candidato de seu partido, Cocá espera conquistar o apoio de prefeitos do PT, outra legenda na disputa. Ele revela que entrará em contato com a ex-secretária de Relações Institucionais do governo Rui Costa e atual prefeita de Rafael Jambeiro, Cibele Carvalho (PT). “O governador sinalizou que a base estará unida em torno de um único projeto. Cibele é uma menina boa, eu adoro ela e creio que também estará conosco construindo esse projeto”. Zé Cocá Jequié pontua que atuará para descentralizar alguns serviços da UPB e prometeu encampar um movimento, junto com a CNM, para pressionar o legislativo a apreciar o novo Pacto Federativo.
“Acho que a UPB precisa descentralizar alguns serviços, criar assessorias volantes para qualificar municípios pequenos, onde os prefeito passam por dificuldades. Vamos pegar junto com a CNM para encaminhar o Pacto Federativo. Esse projeto é sempre debatido mas nunca flui, não anda. Esse Pacto é hoje o maior gargalo para os municípios. Essa luta será parecida à que encampamos quando eu era prefeito de Lafaiete Coutinho, quando conseguimos o 1% [do FPM]; e vamos vencer também desta vez”, ressaltou Cocá.
Manutenção
Em nota, Cibele Carvalho (PT) informou que “sua candidatura foi construída de forma bastante democrática e em um movimento suprapartidário” . Ela explicou que “as conversas ainda estão em curso, sendo realizadas dia a dia”. E reforçou que sua “candidatura está mantida”. Carvalho conta com a força de parlamentares estaduais e das prefeituras alcançadas em sua gestão na Serin para tensionar pela manutenção de sua candidatura.
O prefeito de Serrinha lançou o movimento “UPB Sem Partido”. Adriano explica que o nome é uma alusão à disposição de lutar pelos 417 municípios baianos, de forma “pluripartidária”: “O nosso nome está, definitivamente, colocado no pleito, e nosso intuito é lutar pela voz e pelos pleitos dos prefeitos. A UPB está acima das disputas políticas, ela é uma instituição que representa todos os chefes dos executivos municipais da Bahia”. O A Tarde entrou em contato com a executiva estadual do PT, que se reuniu na tarde desta quinta-feira para tratar do assunto, mas até o fechamento da matéria não conseguiu um retorno.
Foto: divulgação
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