Os serviços de celular e internet podem ser comprometidos em decorrência da greve dos caminhoneiros, dizem associações do setor. Uma delas chegou a pedir à Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel) neste domingo (27) o abastecimento preferencial de sua frota, nos mesmos moldes do que já ocorre com carros da polícia. “As frotas de manutenção reduziram atendimento e algumas [empresas] interromperam ativações de novos clientes”, afirmou ao G1 João Moura, presidente-executivo da Telcomp (associação das teles competitivas), nesta segunda-feira (28). “As frotas rodam com o pouco combustível que resta mas em poucas horas a situação se agravará. Os serviços podem ser afetados a qualquer hora.”
Sem combustível, os carros das empresas não podem rodar para fazer reparos de manutenção na rede. A associação não é a única a fazer o alerta. Já no domingo, o SindiTelebrasil (sindicato das empresas de telecomunicação), que conta possui entre suas associadas Vivo, Claro, Oi e TIM, informou que as operadoras “estão com seus estoques de combustível praticamente zerados e que, se não forem tomadas medidas emergenciais, os serviços de manutenção e reparo não poderão ser realizados”. “Isso poderá prejudicar não só o consumidor individual, mas principalmente órgãos com atividades essenciais, como hospitais, bombeiros, segurança pública, que poderão ter serviços de telefone, SMS e internet suspensos por eventuais falhas que não possam ser corrigidas, pela impossibilidade de deslocamento das equipes.”
Além disso, os data centers, que armazenam o conteúdo acessado via internet, usam diesel em seus geradores, usados para manter as instalações funcionando em caso de queda de energia. Para sanar os problemas, a SindiTelebrasil pediu à Anatel que as teles recebam atendimento priorizado no abastecimento, conforme previsto no decreto assinado na última sexta-feira (25) pelo presidente Michel Temer. Elas argumentam que a medida é necessária para preservar a “infraestrutura considerada crítica”, conforma cita o decreto.