No mundo da Covid-19 a exceção tornou-se a regra e não vai ser diferente no Natal de 2020. A 2ª onda já é uma realidade e o desejo de reunir familiares e amigos terá de ser contrabalançado com a necessidade de ficar em casa, para proteger a si mesmo e aos outros. Os brasileiros querem a vacina de presente, mas o Papai Noel daqui é um presidente espírito-de-porco cuja diversão é criar obstáculos para sua obtenção. Então só resta esperar e, para quem não perdeu o emprego, escolher como aplicar os recursos do 13º terceiro e do auxílio emergencial já reduzido pela metade.
“Falta de dinheiro é uma dor sem par” dizia Pantagruel, o herói boêmio e glutão de Rabelais, mas ainda que seja dolorido é preciso estabelecer prioridades. O décimo terceiro é um recurso extra, por isso o consumidor deve dividir sua destinação entre o pagamento das dívidas contraídas e as compras de Natal, já que as viagens de fim de ano estão restritas pela Covid-19. Usar o salário adicional para pagar as dívidas é um bom negócio, pois o consumidor, além de fugir dos juros, restabelece sua capacidade de endividamento. Para aqueles que não possuem dívidas, a dúvida tem a haver com a destinação dos recursos para consumo ou investimento.
Aqui vale lembrar que os juros das aplicações de renda fixa estão zerados ou são negativos, portanto quem aplicar tem de fugir para renda variável ou buscar uma aplicação que preserve o valor do dinheiro. Além disso, é bom lembrar que o início do ano é tempo de despesas extras como IPTU, matrícula na escola e outros e assim fazer uma reserva é boa medida. Mas chegou o Natal, com seu irresistível apelo ao consumo e, sofrendo com o isolamento social, o brasileiro que puder merece destinar às compras a maior parte do décimo terceiro e estima-se que mais de 70% dos trabalhadores farão isso.
Então, vamos lembrar que o principal instrumento do consumidor neste momento é o celular, tanto para comprar na internet quanto para comparar preços quando for comprar nas lojas físicas. No e-commerce é importante procurar frete grátis e dar preferência as compras à vista ou no boleto, que tem descontos de até 10%. Nas lojas e shoppings haverá movimento e a previsão da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é um crescimento de 3,4% no volume de vendas no Natal de 2020, em relação a 2019, o maior avanço real das vendas natalinas desde 2017. E as vendas no e-commerce vão crescer 64% em relação ao ano passado. Pode ser, portanto, um tempo bom para o lojista e para o consumidor, por isso, quem puder deve abrir a mão e satisfazer os desejos, afinal, com ou sem Covid, estamos no Natal.
A BAHIA E OS INVESTIMENTOS
Há sinais de que Bahia poderá ser palco de grandes investimentos nos próximos dois anos. Além dos investimentos públicos na capital, por conta de governo e prefeitura –rodoviária, VLT, BRT e outros – há muitos projetos privado previstos a começar pela concessão da Ferrovia Oeste-Leste em abril. Além disso, há projetos na área de energia, especialmente eólica, no setor de saneamento, mineração, agronegócio e outros. E também a venda da RLAM, de poços de petróleo e projetos na área de gás e infraestrutura. Para completar, a ponte Salvador/Itaparica tem obras previstas para começar em janeiro de 2022. Numa conta de padeiro, a taxa de investimento em relação ao PIB pode superar os 15%.
A FIOL E A FCA
A concessão da FIOL foi anunciada, mas a Bahia tem outra luta. O governo federal está renovando a concessão da FCA – Ferrovia Centro Atlântica com a VLI Logística e vai receber 4,5 bilhões. Mas o Ministério da Infraestrutura só destinará 7% para a Bahia e nada para a FCA. E a ANTT já marcou a audiência pública para 03 de fevereiro. A Bahia empresarial e política precisa estar presente e exigir recursos para investimentos na FCA. Nas palavras de Marcus Cavalcanti, secretário de Infraestrutura: “Estamos comemorando a Ferrovia Oeste Leste, mas precisamos lutar também para que a FCA, nossa ligação com o Sudeste e um dos maiores gargalos econômicos da Bahia, não fique sem investimentos”.