O reajuste salarial mediano conquistado pelos trabalhadores brasileiros em outubro apenas repassou a inflação dos últimos 12 meses à maioria dos profissionais. O fenômeno é semelhante ao que ocorre desde fevereiro, último mês com reposição real da inflação aos trabalhadores.
Os dados, divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Salariômetro, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), mostram que o reajuste salarial médio do mês passado (3,4%) ficou abaixo dos 3,9% apurados pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o que resulta em uma perda real de 0,48% nas novas remunerações.
De acordo com o indicador, 44,3% das negociações firmadas em outubro tiveram reajustes abaixo da inflação medida pelo INPC. Outros 25% empataram com o índice e menos de um terço (30,7%) conquistaram uma reposição real da inflação, aponta apuração do R7 Economia.
Com as movimentações, o piso salarial mediano fechou o mês de outubro em R$ 1.285, valor 22,97% acima da remuneração mínima oferecida aos trabalhadores brasileiros, de R$ 1.045. O piso médio, por sua vez, figura em R$ 1.352.
Para os próximos meses, o Salariômetro aponta que a inflação vai seguir crescente até junho de 2021, quando deve atingir o patamar de 5,6% no acumulado de 12 meses, e começar a recuar novamente a partir de agosto.
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