O prefeito eleito Bruno Reis (DEM) deverá promover uma reforma completa no secretariado a partir de 2021. Aliados mais próximos do prefeito ACM Neto (DEM) já estão anunciando nos bastidores que pretendem seguir outros rumos. É o caso, por exemplo, do secretário Leo Prates (DEM) que deve reassumir o mandato de deputado estadual na AL-BA. Prates assumiu a Saúde a contragosto logo nos primeiros dias de 2019 e nem sequer teve tempo de esquentar uma das cadeiras do parlamento. Já sabendo que poderia ser puxado para o Palácio Thomé de Souza, protocolou no primeiro dia de mandato 61 proposições, sendo 30 projetos de lei e 31 projetos de indicação.
As propostas apresentadas contemplam áreas como educação, saúde, infraestrutura, esporte e lazer, bandeiras defendidas pelo parlamentar ao longo da sua trajetória. O vereador Claudio Tinoco (DEM) é outro que já anunciou que deve permanecer na Câmara Municipal de Salvador após ter uma gestão de protagonismo na pasta da Cultura e Turismo (Secult) – sobretudo com o lançamento do Centro de Convenções de Salvador e as requalificações em pontos turísticos da cidade.
“Posso dizer que neste momento não há essa possibilidade. Não há outra coisa que não seja a minha continuidade na Câmara. Não tenho nenhuma outra conversa e a minha cabeça está voltada exatamente nesta nova legislatura. Em dar sequência ao nosso trabalho, compondo com os demais colegas vereadores esse novo ciclo na Câmara Municipal”, declarou, à Tribuna.
“Estava evitando trazer isso a público, por ser tão recente e estar ainda vivendo uma eleição duríssima. Vivendo uma eleição que vem para chamar a atenção para 2022, para exatamente a pulverização das candidaturas e de votos consequente da não coligação. Acho que fui bem testado e estarei me preparando para buscar voos mais altos e buscar uma candidatura de deputado estadual”, completou.
Prates e Tinoco compartilham um receio em comum: a eleição de 2022. Temem não conseguir manter a base de eleitores, sobretudo agora que os índices de abstenções têm sido cada vez maiores e candidaturas cada vez mais pulverizadas. Por outro lado, Pablo Barrozo (DEM), que não tem mandato e é o atual titular da Secult, já externou o desejo de se manter como secretário. Todavia, nos bastidores, comenta-se também deve ser trocado por Bruno.
Além destes, começa ainda a bolsa de apostas sobre quem vai ser convidado por Bruno para ocupar novas secretarias. O Republicanos, por exemplo, pleiteia pelo menos duas pastas após ter um desempenho excepcional nas urnas conseguindo eleger três vereadores sendo um deles o mais votado: o vereador Luiz Carlos.
O sonho da sigla ligada à Igreja Universal é comandar a Educação. Também são especuladas as pastas de Políticas para as Mulheres e a da Reparação. A vereadora Ireuda Silva (Republicanos), que chegou a ser ventilada em certo momento da pré-campanha como uma possível vice de Bruno, é apontada como uma das possibilidades para entrar de vez no Executivo.(TB)
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