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ABSTENÇÃO EM SALVADOR FOI MAIOR QUE A SOMA DE VOTOS DOS CANDIDATOS DERROTADOS

Redação - 16/11/2020 06:50

Muita gente não votou em Salvador. E não estamos falando de anular ou votar em branco. Aqui, o caso é de nem ter comparecido às urnas, mesmo. A capital baiana registrou abstenção de 26,46%, a maior das últimas duas décadas, considerando apenas as eleições municipais. O alto número tem a ver com a pandemia e não é exclusividade de Salvador. Um monitoramento do Instituto Internacional pela Democracia e Assistência Eleitoral (Idea) apontou que 26 das 41 eleições realizadas em 2020 ao redor do mundo registraram aumento na abstenção quando comparado a votações anteriores. O grande destaque foi o caso da França: por lá, o voto não é obrigatório e houve um recorde, com 60% de abstenção.

A abstenção em Salvador foi tão grande, que o número é superior à soma de votos de todos os candidatos derrotados. Segunda colocada no pleito vencido por Bruno Reis (DEM), a Major Denice (PT) teve 228.942 votos enquanto o número de não-votantes foi de 501.992. O número alto não é exclusividade de Salvador. Outras capitais brasileiras como Porto Alegre, Rio de Janeiro e Goiânia ultrapassaram a casa dos 30% de abstenção. Na eleição de 2016, um total de 413.797 eleitores não compareceram às urnas, o que representava 21,24% dos aptos a votar, em Salvador, naquela ocasião. No Brasil como um todo, mais de 25 milhões de eleitores não compareceram às urnas no primeiro turno – 17,6% do total de brasileiros aptos a votar.

Cientista político e professor da Unilab, Claudio André aponta que essa é a maior abstenção desde 1996, quando o número foi de 23,01%, segundo o TSE. “A demora do adiamento das eleições, da definição protocolos sanitários influenciam esse número. Isso afasta pessoas diretamente afetadas pela covid, como idosos. Temos 17 por cento de idosos acima de 60 anos, pessoas que tiveram covid e têm medo de reinfecção. Por fim, aplicativo que deu mais facilidade para o não comparecimento pode ter dado incentivo institucional para aumento da abstenção”, diz o especialista.(Correio)

Foto: divulgação

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