O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira que o inquérito das “fake news” identificou o modo de atuação das milícias digitais e, por isso, vai auxiliar a Justiça Eleitoral a punir quem se eleger com base em discurso de ódio e propagação de notícias falsas nas redes sociais.
“A boa notícia é que em virtude do aumento do nível de agressividade dessas milícias digitais, as investigações realizadas, pela Polícia Federal, pelo próprio Ministério Público, nos inquéritos no Supremo Tribunal Federal, possibilitaram o conhecimento do mecanismo de atuação”, disse durante a participação de uma conferência online.
Para o ministro, as investigações vão “facilitar a Justiça Eleitoral, se houver necessidade, a identificar aqueles que, utilizando as redes, se aproveitaram de recursos não declarados, aqueles que se aproveitaram de mecanismos de milícias digitais, para eleger seus representantes”.
Moraes defendeu que, apesar de ser difícil impedir a atuação das milícias digitais nas eleições, será pelo menos “possível identificar a posteriori” quem cometer infrações.
“É possível fazer o caminho inverso com essa expertise que se amealhou com base nessas investigações para que nós efetivamente possamos responsabilizar aqueles que utilizando as redes, com abuso de poder político, abuso do poder econômico, queiram colocar em risco as regras democráticas, o equilíbrio das eleições, da democracia, prejudicando assim o nosso sistema republicano”, afirmou.
Foto: ROSINEI COUTINHO/SCO/STF