Cerca de 17,9 milhões de brasileiros, o equivalente a 8,5% da população, já realizaram algum tipo de teste para diagnosticar a Covid-19 até agosto. Os dados são da Pnad Covid, divulgada nesta quarta pelo IBGE. É a segunda vez que o IBGE pergunta sobre testes para a Covid-19 dentro da pesquisa realizada para medir o impacto na pandemia na vida dos brasileiros. Na comparação com julho, 4,6 milhões realizaram algum tipo de exame para identificação da Covid-19 em um mês. Do total de brasileiros testados, 3,9 milhões — 21,6% dos total — tiveram o resultado positivo. Isso significa que de cada cinco pessoas que fizeram testes, ao menos um teve Covid-19 apontado no exame.
A pesquisa contempla o exame com material coletado na boca ou nariz com o cotonete (Swab nasal/RT-PCR), o teste rápido com sangue coletado por um furo no dedo, ou o exame sorológico com sangue retirado da veia do braço. Segundo Maria Lucia Vieira, coordenadora da pesquisa do IBGE, os dados indicam que a população pode estar tendo maior acesso aos testes, apesar das desigualdades entre os grupos de renda. Meio ambiente: Araras-azuis devem voltar para lista de animais brasileiros ameaçados de extinção, diz maior especialista na espécie
— Uma maior disponibilidade de testes e, consequentemente, um maior acesso a eles por parte da população podem justificar o aumento no número de pessoas que estão fazendo o exame. Como a pandemia não acabou, é natural que aumente esse número, inclusive entre as pessoas que não tiveram sintomas, mas que tiveram contato com alguém que teve Covid-19 e fizeram o teste para se certificar — explica.
Os dados mostram que quanto maior o nível de escolaridade e a renda, maior foi o percentual de pessoas que fez algum teste. Entre os 10% mais ricos, 18% dos integrantes desse grupo fizeram o teste. Entre os 10% mais pobres do país, esse percentual cai para 4,3%. — Quem tem condições de fazer o exame para descartar a possibilidade (de estar com a doença) já faz nos laboratórios. Não existem indícios que há mais contaminação entre os que têm mais renda, mas a gente tem mais pessoas fazendo o teste entre aqueles que possuem mais renda — ressalta Maria Lucia.
Em termos de escolaridade, quanto maior o nível, maior foi o percentual de pessoas que fez algum teste. Entre as pessoas sem instrução ao fundamental incompleto, 4,4% e, entre aqueles com superior completo ou pós graduação, 17,9%. Segundo o IBGE, homens e mulheres fizeram o exame na mesma proporção, mas a testagem foi mais frequente para pessoas com idade entre 30 e 59 anos. Nessa faixa etária, 11,9% da população já fez algum tipo de escolaridade. O Distrito Federal foi o local com o maior percentual de testes realizados desde o início da pandemia, com 19,4% da população testada. O Piauí e Roraima estão em seguida, com 14,4% e 12% dos habitantes submetidos a algum tipo de teste. Por outro lado, Pernambuco registrou o menor percentual (5,8%) de exames realizados, assim como Acre e Minas Gerais, com 6% e 6,1% da população testada nesses últimos meses.
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