A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), por iniciativa da senadora Fátima Bezzerra (PT-RN) apoiada pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA), promoveu na quarta-feira (24/5) audiência pública para debater a importância do forró na cultura nacional. Como principal resultado dos debates foi concenso a necessidade de se salvaguardar as matrizes do forró para oferecer condições de materializar o potencial da cultura, da diversidade e da identidade do povo nordestino.
Para a senadora Fátima Bezerra, o forró é uma das expressões mais genuínas da cultura nacional, pois retrata as alegrias e amarguras do povo nordestino. Além disso, ela ressaltou que a cadeia produtiva do forró gera riquezas não só no período de festas juninas. Em 2011, a Associação Cultural Balaio Nordeste encaminhou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o pedido de registro das Matrizes do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil. Desde então, a associação vem realizando fóruns estaduais com objetivo de mobilizar os forrozeiros e promover espaços para o debate das questões pertinentes ao pedido.
A senadora Lídice da Mata também reforçou a importância do forró no contexto dos festejos de São João. Ela lembrou que a economia dos estados do Nordeste aquece na época dos festejos juninos e chega a gerar mais lucro do que períodos como Natal e Carnaval. É da senadora baiana a iniciativa, também junto ao Iphan, de transformar o São João em Patrimônio Cultural do Brasil.
Durante a audiência, a presidente da Associação Cultural Balaio Nordeste, Joana Alves, disse que o forró está perdendo força nas festas de São João, pois grande parte dos municípios nordestinos tem contratado para o evento artistas famosos que tocam outros ritmos. “A proposta de festa junina é trazer grandes artistas, porque dizem que eles atraem público. Mas quem disse que não temos forrozeiros capazes de trazer público? Quando se contrata um grande artista, paga-se R$ 400 mil para ele participar com sua banda. Para o forrozeiro, paga-se apenas R$ 300, sendo que seu instrumento de trabalho, que é a sanfona, custa em média R$ 22 mil. Não podemos dizer que não temos pessoas capacitadas, o que falta é investimento nas políticas públicas — relatou.