A falta de materiais da construção e a alta absurda de seus preços – em plena recessão econômica – vão contra a todos os esforços do setor da construção civil no enfrentamento da crise em decorrência da pandemia. O Sindicato da Indústria da Construção da Bahia – Sinduscon-BA se mostra preocupado e pede o apoio das entidades de controle de preços governamentais para evitar uma crise econômica ainda maior.
De acordo com o presidente da entidade, Carlos Marden, já está se verificando o desabastecimento provocando atrasos em obras na Bahia, pois os produtos já não estão sendo entregues no prazo. Se nada for feito, a tendência será a paralisação de obras, desaceleração de lançamentos imobiliários e principalmente o desemprego no setor que mais emprega. “Este é o reflexo do incremento de reformas residenciais, a partir da utilização do auxílio emergencial disponibilizado pelo governo, que fez aumentar a demanda dos fabricantes, que por sua vez elevaram os preços totalmente fora da realidade da inflação atual no país e de forma generalizada. Os maiores aumentos anunciados estão para o aço, PVC, derivados de cobre – fios e cabos elétricos, e cimento”, relata Carlos Marden.
Em alguns casos a elevação chega a quase 100% do que era praticado em mercados no Brasil. O cimento, por exemplo, teve alta sentida por 95% dos empresários, segundo a pesquisa realizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC. Dentre outros materiais, 90% perceberam elevação no preço dos cabos elétricos, 87% no aço, 81% no concreto e 80% nos blocos cerâmicos. “O produto final da construção (obras públicas e imobiliárias), está com preço estagnado impossibilitando quaisquer repasses, o que ameaça a continuidade da execução de obras públicas e privadas no nosso Estado, podendo desempregar milhares de pessoas e prejudicar os consumidores finais pelo atraso no recebimento das obras prontas”, finaliza.
Foto: divulgação