A verba publicitária do governo federal pode triplicar em 2021. Jair Bolsonaro quer reservar R$ 495,5 milhões do Orçamento para a comunicação institucional. Em 2020, a cota prevista para o setor foi R$ 124,5 milhões. De acordo com informações da Folha de S.Paulo, o Ministério das Comunicações não detalhou como pretende usar a verba reservada. A pasta foi recriada por Jair Bolsonaro como aceno para uma ala do Congresso da qual fazem parte partidos do Centrão.
O deputado Fábio Faria (PSD) se licenciou da Câmara para assumir a pasta. O parlamentar é genro de Silvio Santos, dono do SBT. Antes da recriação do ministério, as verbas de publicidade institucional ficavam sob responsabilidade do secretário-executivo Fabio Wajngarten, que deve continuar cuidando da comunicação oficial da gestão. O trabalho de Wajngarten já foi questionado algumas vezes. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que faltam critérios técnicos para distribuição de verbas publicitárias na TV aberta.
Além disso, houve polêmica relacionada a manobras para conseguir mais recursos à propagada institucional. Quando foi apresentado o Orçamento de 2020, o governo previa gastos de R$ 124,5 milhões, mas em discussão com o Congresso, o governo pediu reforço de R$ 200 milhões. A solicitação foi rejeitada. De acordo com a Folha, ao longo do ano Wajngarten passou a enviar ofícios para o Ministério da Saúde para conseguir mais recursos, subindo o orçamento para quase R$ 138 milhões. Em junho, chegaram a ser retirados R$ 83,9 milhões do Bolsa Família. Após pressão do TCU, o governo recuou.
Foto: divulgação
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