A vacinação contra a covid-19 deve priorizar grupos de risco em um primeiro momento e não faz sentido querer que ela seja obrigatória, afirmou nesta quarta-feira (2) o secretário da Saúde Fábio Vilas-Boas. Ele foi questionado sobre um comentário do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que afirmou que o Estado não iria obrigar ninguém a se vacinar, apesar de uma lei assinada por ele mesmo permitir a aplicação compulsória em uma pandemia.
“Eu acho que num primeiro momento é para vacinar toda população de risco. Vacinar toda população é impossível. Vai ser feita a vacinação como se faz com vacina de gripe, vacina quem é de risco. Pessoas com mais de 60 anos, portadores de comorbidade, essa é a população que tem mairo risco de morrer.”, diz.
Ele afirmou que não vai haver vacina para todos logo de início. “As pessoas terão autonomia de decidir se querem vacinar-se ou não. Obrigar as pessoas a a se vacinar por essa doença não faz muito sentido num primeiro momento, que não vai ter vacina para todos e prefiro vacinar quem quer se vacinado do que quem está se recusando”, explica.
Vilas-Boas cita que a covid-19 tem uma capacidade de contágio menor do que de outras doenças. “É diferente de uma vacina de sarampo, de febre amarela, mas principalmente sarampo, que a taxa de contágio, a capacidade de infectar… Uma pessoa com sarampo contamina 17. Uma pessoa com covid contamina 2”, diz o secretário.
Ele diz também que a coordenação da vacinação é federal, mas o governo do estado pode buscar ampliar as alternativas para os baianos. “Quem regula a política de vacinas é o SUS, é uma decisão federal. A regra que se aplicar para o Brasil se aplicará para a Bahia. O que nós podemos fazer aqui, além do governo federal, é fornecer mais vacina, facilitar acesso, ampliar o acesso à vacinação. Podemos oferecer vacinas que o SUS não oferece, por exemplo”, citou o secretário.
Já o governador Rui Costa (PT) preferiu não falar da declaração de Bolsonaro. “Essa é a melhor resposta que a gente tem que dar neste momento: sem comentários”, disse. Bolsonaro afirmou que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”. A fala foi usada em um post da Secretaria de Comunicação que afirma que o governo “preza pela liberdade dos brasileiros”.
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