O presidente Jair Bolsonaro deu a próxima sexta-feira como prazo para o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentar um novo formato para o Renda Brasil, programa social que o governo desenha para substituir o Bolsa Família.
Estima-se que o Renda Brasil vá custar R$ 52 bilhões, enquanto o Bolsa Família custa R$ 30 bilhões por ano. O presidente também quer um valor médio do programa superior ao proposto pela equipe econômica, que está em torno de R$ 270.
Nesta quarta-feira, Bolsonaro criticou publicamente a proposta do Renda Brasil, apresentada a ele pela equipe econômica esta semana. Bolsonaro afirmou que o projeto está suspenso e que não vai “tirar (recursos) dos mais pobres” para abastecer o novo programa, apresentado como substituto do Bolsa Família.
Fontes do governo afirmam que, se não for encontrada nenhuma fonte de financiamento, o programa vai acabar muito parecido com o atual Bolsa Família, que paga em média R$ 190, mas com um desenho e nome diferentes.
Técnicos da equipe econômica trabalham numa proposta de desvinculação de gastos do Orçamento, numa tentativa de abrir espaço e permitir bancar o Renda Brasil.
A equação que os técnicos do governo precisam fazer é complexa, diante dos pedidos de Bolsonaro e da necessidade de cumprir o teto de gastos. Por isso, não adiantaria, por exemplo, reduzir isenções fiscais e desonerações. É preciso resolver o lado da despesa. Ou seja, reduzir uma despesa para conseguir aumentar outra.