quarta, 25 de setembro de 2024
Euro 6.1622 Dólar 5.4571

COPOM ANALISA: “TEM ESPAÇO PARA NOVOS CORTES EM 2020”

Redação - 06/08/2020 08:45 - Atualizado 06/08/2020

Sem novidades, chegou corte de 0,25 ponto na meta dos juros básicos. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) do Brasil levou a Selic ao novo piso histórico de 2% ao ano nesta quarta-feira (5). A decisão foi unânime. É a taxa de referência mais baixa desde 1999, quando o nível de preços no Brasil passou a ser controlado pelo regime de metas de inflação. Foi o nono corte consecutivo na rota iniciada em agosto passado, quando a Selic começou a descer do seu então piso histórico, de 6,5% ao ano.

Em seu último comunicado, há 42 dias, os diretores do BC projetavam que “um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário” seria “residual”. Ou seja, de menor intensidade que o anterior, de 0,75 ponto. Este comunicado começou com um alerta para a maior crise já enfrentada pelo mundo desde 1930, após a quebra da bolsa de Nova York. No cenário externo, a pandemia da Covid-19 continua provocando a maior retração econômica global desde a Grande Depressão”, diz o texto, e o que “o ambiente para as economias emergentes segue desafiador.”

Nas partes finais, em que sinaliza seus próximos passos, o Copom sinalizou que, se o espaço para este corte já foi menor, para outros eventuais ficou ainda mais estreito. Ou seja, porta aberta para novos ajustes? Só uma frestinha de nada. Aos que achavam que a Selic ficaria necessariamente em 2% ao ano até dezembro, pode não estar mais tão certo assim. Mas pode ser que sim também. Se o último comunicado deixou claro o que aconteceria nesta quarta, daqui a 42 dias a decisão deve ser carregada de suspense.

“O Copom entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”, descreve o documento. O Banco Central pondera, na sequência, sobre as preocupações correntes no mercado sobre a sustentabilidade da dívida pública, possível obstáculo para mais estímulos.

“Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”, está escrito. “Desta forma, o Copom não ‘fecha as portas’ totalmente para um novo corte, mas pelo tom, nos leva a crer que a taxa de juros Selic até o final do ano será mantida no patamar de 2% ao ano,” avalia Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.

Pavimentou a nova referência nacional de juros para os mercados de crédito e investimentos, que passa a valer nesta quinta-feira (18), a inflação bem abaixo da meta estipulada para 2020, sob impacto da pandemia de covid-19. Antes da crise, no entanto, o nível de preços já estava moderado no Brasil. A meta do Banco Central neste ano é entregar uma variação média dos preços medida pela IPCA de 4% em 12 meses, com intervalo de tolerância de entre 2,5% e 5,5%. A última medição feita IBGE, medida pelo IPCA-15, aponta inflação abaixo do piso da meta em junho, de 1,92% ao ano.

Foto: divulgação

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.