A desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, ex-presidente do TJ da Bahia, que está presa desde novembro de 2019 por acusação de corrupção, se envolveu agora, juntamente com a filha, Luciana, em outra ação que envolve uma cobrança de R$ 120 mil, um suposto caso amoroso, um advogado que fez delação e a exposição de trocas de mensagens particulares. A história é a seguinte.
A filha da desembargadora conheceu o advogado Renato Araújo Júnior em março de 2020 e começaram a trocar mensagens sobre a situação jurídica de Maria do Socorro. O escritório dele passou a trabalhar profissionalmente na defesa da desembargadora, com pedidos de liberdade protocolados em tribunais superiores.
Renato não conseguiu nada e quem assinava os pedidos era sua sócia, pois ele já tinha sido preso anteriormente após a Operação Registro Espúrio, que apurou suspeitas de fraudes no Ministério do Trabalho, mas entrou com uma ação de cobrança na Justiça do Distrito Federal no valor de R$ 120 mil pelos serviços prestados e que nunca foram pagos.
Luciana disse na Justiça que não foi uma relação profissional e sim amorosa e apresentou capturas de telas de mensagens, que mostram o namoro dos dois. Nelas, Luciana diz que ele fez o serviço gratuito. Nas mensagens, quando ele pergunta pelo dinheiro, há frases como: “desconta no ‘dote’ quando casarmos” e ele responde “estou sendo fofo com minha sogra”.
Luciana diz no processo que a relação sempre foi pessoal, nunca profissional. A defesa da desembargadora e da filha diz que elas não assinaram contrato e que só haveria pagamento pelos serviços prestados se resultasse na liberdade da ré Maria do Socorro. Para completar, Luciana registrou um boletim de ocorrência contra Renato, com pedido de medida protetiva com base na Lei Maria da Penha e teve o pedido rejeitado pela Justiça. E Renato registrou outro BO contra ela, com acusação de calúnia. Ele diz que nunca existiu namoro e que vive um relacionamento estável há três anos. Com informações da Folha de São Paulo.