Segundo dados da Pesquisa dos Impactos da Pandemia Covid-19 no Setor, realizada pela Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur), através do Observatório do Turismo, o índice de empresas de turismo que fecharam na Bahia é de 84,6%, e as demissões provocadas pela crise atingiram 55% dos trabalhadores da área.
A maioria das empresas que precisaram encerrar os trabalhos teria de buscar crédito para seguir funcionando e acabaram por dispensar seus funcionários – 76% delas, de pequeno porte, tinham até dez colaboradores. A pesquisa foi realizada entre os meses de junho e julho e entrevistou, além de empresários do setor, guias de turismo. Para a grande maioria dos empresários (90%), houve redução do faturamento acima de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Existem empresas, no entanto, que estão sobrevivendo à crise com situações ainda piores.
Segundo dados da associação, no caso dos hotéis, a redução é de 61% no faturamento, quando se comparam os primeiros semestres de 2019 e 2020, e não há expectativa de melhora. “Para o segundo semestre, a estimativa é que o impacto seja ainda maior do que foi no primeiro semestre. Mesmo os hotéis que estão funcionando, a ocupação não tem chegado a 20% ao mês. É uma perda de faturamento muito grande”, destaca Lopes. Ele ressalta que, atualmente, apenas 13% dos leitos de hotel da cidade têm sido ocupados mensalmente.
Os números da pesquisa realizada pela Setur mostram que grande parte do setor não espera bons resultados nos próximos meses. Para 47,5% dos entrevistados, a perspectiva é de que a retomada e normalização só aconteçam em 2021. O momento desta retomada, para eles, ainda é incerto: 39% dos empresários entrevistados afirmaram ter havido redução do faturamento acima de 50%, acreditam que o retorno em nível similar somente poderá acontecer no segundo semestre de 2021, enquanto 33% acreditam na retomada do nível ainda no primeiro semestre de 2021.
“O turista para vir pra cá precisa do hotel, mas precisa também de atrações, passeios, shoppings, praias, bares e restaurantes. Mas com bares e restaurantes fechados e agências de viagem vendendo muito pouco, o turista não vem. Então, é um cenário de turismo parado há 120 dias, o que é muito prejudicial para o estado”, destaca Sílvio Pessoa, presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (Febah).
Além dos hotéis, todos os 110 guias que participaram da pesquisa afirmaram ter parado por completo as atividades. Destes, 72,7% informaram não possuir outra fonte de renda. A maioria (75,6%) também precisou recorrer ao auxílio emergencial oferecido pelo governo federal. Para eles, a perspectiva de retornar está longe: 68,2% dos entrevistados acreditam que um retorno do faturamento ao normal só acontecerá entre o segundo semestre de 2021 e o início de 2022.
Para o secretário de turismo da Bahia, Fausto Franco, os números são um primeiro passo para planejar a melhor maneira de retomar as atividades. “Estes números comprovam o quanto o segmento foi impactado pela pandemia, mas, passada esta fase difícil, vamos trabalhar para promover a retomada da melhor maneira, com cautela e segurança, para que o turismo na Bahia volte a ser expressivo”, afirma.